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EUA

“Se contarem os votos legais, ganhei fácil”, diz Trump

06 nov, 2020 - 00:13

Democratas, media, indústria financeira e tecnológica foram os principais alvos da ira do Presidente, numa declaração sem direito a perguntas.

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Donald Trump esteve esta quinta-feira à noite, hora de Lisboa, na sala de imprensa da Casa Branca onde voltou a fazer acusações de fraude eleitoral nas eleições americanas.

O Presidente diz que tem tantas provas de fraude que o caso irá sem dúvida ser decidido nos tribunais, talvez no Supremo Tribunal.

“Se contarem os votos legais, ganhei fácil”, disse o Presidente, “mas se contarem os votos ilegais, eles vão tentar roubar-nos esta eleição. Muitos votos chegaram tarde. Estamos a olhar para isso com muita atenção”.

“Ganhámos muitos estados importantes, apesar da interferência histórica das grandes empresas financeiras, dos media e do setor tecnológico”, acusou ainda o Chefe de Estado.

“Ao nível nacional os grandes doadores dos nossos opositores foram os banqueiros de Wall Street e os lóbis, os nossos foram polícias, agricultores e cidadãos comuns”, continuou Trump, acrescentando que o Partido Democrata se tinha tornado o partido dos grandes interesses e que os republicanos são agora o partido do trabalhador americano.

Trump diz que avisou que o sistema de votos por correspondência era corrupto e que isso se confirmou nos vários estados onde a contagem dos votos continua e os dois candidatos à Presidência estão próximos, referindo ainda que o aparato eleitoral em todos esses condados ou estados é dominado por democratas.

Trump diz que em todos esses estados o aparato eleitoral é dominado pelos democratas e acusou-os diretamente de terem fabricado votos e de terem impedido os delegados republicanos de observar a contagem. "Conseguimos uma ordem judicial para deixarem entrar observadores e quando os deixaram entrar obrigaram-nos a ficar tão longe que alguns precisaram de usar binóculos para ver o que estava a acontecer", acusa. "Temos tantas provas, vai haver muita litigância, talvez só seja resolvido no Supremo Tribunal".

O Presidente lançou-se também às sondagens feitas antes da eleição, dizendo que se tinham enganado de forma propositada, para desencorajar os republicanos de votar em alguns estados-chave, citando estudos concretos que davam a vitória a Biden, por larga maioria, em locais como Florida e Ohio, que o candidato republicanos acabou por vencer.

Trump repetiu várias vezes que ganhou muitos destes estados "facilmente" e que isso só não se está a confirmar por causa da interferência ilegal dos democratas, dizendo que não se pode deixar que a eleição seja "roubada".

O ano da mulher republicana

Por entre as queixas sobre a eleição presidencial, Trump fez questão de referir algumas das conquistas do seu partido, lembrando que nunca o Partido Republicano teve tantos votos como em 2020.

Os republicanos conseguiram ainda assegurar o controlo do senado, um dado muito importante.

"Este é ainda o ano da mulher republicana. Nunca tantas mulheres do Partido Republicano foram eleitas para a Câmara dos Representantes", afirmou.

Trump disse ainda que nestas eleições conseguiu aumentar o número de votos de não-brancos, incluindo latinos, afro-americanos e nativos.

Tudo por decidir

A verdade é que neste momento está tudo por decidir.

Faltam apurar resultados finais em seis estados e em alguns deles ainda há possibilidade de uma reviravolta.

Donald Trump diz que ainda tem possibilidade de ganhar as eleições no Arizona, que alguns órgãos de comunicação social já atribuíram a Biden. Em termos percentuais parece ter mais hipótese de ultrapassar Biden no Nevada, onde ainda faltam contar 11% dos votos e a diferença é de perto de 12%.

Do lado leste do país a vantagem de que Trump gozava na Geórgia está por uma unha negra, com apenas 1% dos votos ainda por contar, Trump lidera por apenas três mil votos. A Carolina do Norte parece mais segura para Trump, com uma vantagem de perto de 80 mil votos quando faltam apurar 5% dos boletins.

Finalmente, na Pensilvânia Trump tem uma vantagem de 0.1 ponto percentual e Biden tem estado a recuperar rapidamente. Com 6% dos votos por contar, a maioria de grandes centros urbanos como a Filadélfia, onde Biden lidera por grandes margens, o estado ainda pode cair para o democrata.

[Notícia atualizada às 00h37]


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