12 nov, 2020 - 18:59 • Lusa
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, considerou esta quinta-feira que atualmente há "um pouco menos" de incerteza do que há nove meses, mas mostrou-se cautelosa quanto a uma vacina contra a Covid-19.
"Estamos claramente a viver um pouco menos de incerteza em várias frentes. Já se realizaram as eleições nos Estados Unidos, o que reduziu um pouco a incerteza. Com o avanço do 'Brexit' há menos ansiedade, embora permaneça a incerteza e o anúncio de uma vacina também contribuiu para reduzir a incerteza", disse Lagarde, durante o fórum anual do BCE, que decorre de forma virtual devido à pandemia de Covid-19, que impediu os participantes de se reunirem em Sintra, como nos últimos anos.
Para Lagarde, se há nove meses o mundo enfrentava "um mar de incertezas e tudo era incerto", agora "já se vê o outro lado".
A presidente do BCE considerou "importante" que as políticas monetárias e orçamentais que foram adotadas "ajudem a fazer a ponte para o outro lado do mar e continuem a apoiar a economia".
Todavia, Lagarde mostrou-se prudente em relação aos avanços anunciados quanto à vacina da Pfizer e disse que não quer manifestar muito entusiasmo.
"Há ainda incerteza sobre a logística, o transporte, a produção e o número de pessoas que serão vacinadas em 2021 para que possamos alcançar a imunidade de grupo, que depois nos dará mais certezas do ponto de vista da saúde", indicou.
Lagarde disse que é difícil fazer previsões económicas nesta crise e afirmou que se aprendeu com a primeira vaga da pandemia, especialmente na Europa, que "um confinamento total não é provavelmente a forma mais eficaz de lidar com a segunda vaga".
No mesmo painel, o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, disse que as notícias sobre a vacina são "animadoras" e que a incerteza vai diminuindo "gradualmente" à medida que se avance para o seu lançamento.
Por sua vez, o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, outro participante, considerou que o principal risco que há agora nos Estados Unidos é "a maior propagação do vírus", advertindo que a economia não vai recuperar totalmente até as pessoas voltarem a ter confiança.