16 nov, 2020 - 12:11 • Sofia Freitas Moreira
Os testes da vacina para a Covid-19 da farmacêutica norte-americana Moderna revelam uma eficácia de 94,5%, avança a empresa esta segunda-feira. O ensaio clínico envolve mais de 30 mil participantes.
A vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, tem, assim, melhores resultados do que a da Pfizer, que apresentou uma taxa de eficácia de 90%.
De acordo com a CNN, 15 mil voluntários receberam um placebo e, durante vários meses que se seguiram, 90 participantes contraíram Covid-19, 11 deles com formas graves da doença.
Depois, outro grupo de 15 mil voluntários recebeu a vacina e apenas cinco do total de participantes acabaram por ser infetados, com nenhum a apresentar sintomas graves.
A empresa avança ainda que a vacina não suscitou efeitos secundários e que apenas uma pequena percentagem dos voluntários experienciou sintomas ligeiros como dores corporais ou de cabeça.
Os primeiros resultados do ensaio clínico reforçam(...)
A vacina da Moderna baseia-se na mesma tecnologia que a da empresa alemã BioNtech, que será comercializada e distribuída pela multinacional Pfizer.
Baseadas na tecnologia do ARN mensageiro, estas vacinas usam uma molécula que transporta instruções para que as células produzam proteínas virais a partir das informações codificadas no material genético que se encontra no núcleo. Estas proteínas ensinam o organismo a lutar contra o vírus, sem contrair uma infeção.
Há uma diferença importante entre estas duas vacinas, consideradas por muitos como os primeiros sinais de esperança numa altura em que o número de infeções por Covid-19 aumenta em larga escala por todo o mundo.
A vacina da BioNtech-Pfizer precisa de ser armazenada a temperaturas extremamente baixas, entre 70 a 75 graus Celsius negativos. Para isso, são necessários frigoríficos ultrafrios - uma tecnologia que não está disponível em todos os países, principalmente nos mais pobres.
A vacina da Moderna, por sua vez, apresenta a vantagem de não precisar de ser armazenada a temperaturas tão baixas.
Os resultados surgem após a primeira avaliação da fase 3 dos ensaios clínicos. O passo que se segue é o pedido urgente de aprovação à Food and Drug Administration (FDA), a autoridade de saúde dos Estados Unidos. A FDA estabelece três condições para aprovar uma vacina: ser eficaz, segura e capaz de ser produzida em grande escala.
O ensaio decorre nos Estados Unidos em colaboração com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, dirigido por Anthony Fauci.
"Este é um momento crucial. Desde o início de janeiro, temos perseguido este vírus com a intenção de proteger o maior número possível de pessoas em todo o mundo. Sempre soubemos que cada dia é importante", referiu a diretora-executiva da farmacêutica, Stéphanie Bancel, segundo um comunicado da empresa.
"Esta análise intercalar positiva do nosso estudo de fase 3 deu-nos a primeira validação clínica de que a nossa vacina pode prevenir a doença por Covid-19, incluindo doença grave", conclui.