17 nov, 2020 - 21:28 • Lusa
O secretário da Defesa norte-americano em exercício, Christopher Miller, confirmou esta terça-feira os planos para uma redução dos contingentes militares dos EUA no Iraque e Afeganistão, ao referir que a decisão cumpre uma intenção previamente anunciada pelo Presidente Donald Trump.
No decurso do seu mandato, Trump defendeu por diversas vezes o "regresso a casa" das forças militares norte-americanas destacadas em cenários de confito quando estivessem cumpridas as condições de garantir a segurança dos EUA e aliados.
O novo plano vai acelerar a retirada das tropas do Iraque e Afeganistão nos últimos dias do mandato de Trump, apesar das observações de altos responsáveis militares sobre a necessidade de uma retirada metódica e mais lenta.
Trump recusou reconhecer a sua derrota eleitoral nas eleições presidenciais de 3 de novembro face ao seu rival democrata Joe Biden, que assume funções em 20 de janeiro, apenas cinco dias após a concretização da retirada de parte tropas após quase duas décadas de guerra nos dois países. Os EUA invadiram o Afeganistão no final de 2001 e o Iraque no início de 2003.
Estas reduções constituem um sucesso de Trump nas (...)
Miller disse que os comandantes militares e conselheiros concordaram com o plano de retirada, que vai reduzir de mais de 4500 para 2500 o número de tropas no Afeganistão, e no Iraque de cerca de três mil para 2500.
O secretário de Estado recusou responder a perguntas dos jornalistas, mas acrescentou que os Estados Unidos permanecem prontos para responder caso se deteriore a situação no terreno.
"Se as forças do terror, da instabilidade, da divisão e do ódio iniciarem uma campanha deliberada para sabotar os nossos esforços, estaremos prontos para mobilizar as capacidades exigidas para os enfrentar", disse durante uma declaração de oito minutos na sede do Pentágono.
Previamente, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, também tinha reagido aos anúncios norte-americanos, ao considerar que uma retirada precipitada da NATO do Afeganistão teria um "preço muito elevado", com o risco de o país asiático "voltar a ser uma base para os terroristas internacionais".
"Atualmente temos menos de 12 mil soldados da NATO no Afeganistão, e mais de metade entre eles são forças não americanas. Mesmo com novas reduções americanas, a NATO prosseguirá a sua missão de formação, de conselho e de assistência às forças de segurança afegãs e comprometeu-se em financiá-las até 2014", precisou Stoltenberg.