26 nov, 2020 - 00:04 • Lusa
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A AstraZeneca e a Universidade de Oxford reconheceram um erro de fabrico que levanta dúvidas sobre os resultados preliminares e a eficácia da vacina experimental contra a Covid-19.
O comunicado, onde é reconhecido o erro, acontece dias depois do laboratório e da universidade terem descrito a vacina como “altamente eficaz”, sem mencionar a razão pela qual alguns participantes nos ensaios clínicos não terão recebido a mesma quantidade de vacina na primeira das duas injeção, tal como era esperado, noticia a agência AP.
Surpreendentemente, o grupo de voluntários que recebeu uma dose menor parecia estar muito mais protegido do que os voluntários que receberam duas doses completas.
No grupo de dose baixa, disse a AstraZeneca, a vacina parece ter uma eficácia de 90%, enquanto que no grupo que recebeu duas doses completas a eficácia parece ser de 62%.
Com estes resultados combinados, os fabricantes revelaram que a vacina parece ter uma eficácia de 70%, mas a forma como estes foram obtidos levantou questões por parte de especialistas.
Os resultados parciais anunciados na segunda-feira resultam de ensaios clínicos em massa que estão em andamento no Reino Unido e no Brasil projetados para determinar a dose ideal da vacina, bem como examinar a segurança e eficácia.
Várias combinações e doses foram administradas nos voluntários e os resultados comparados com outros que receberam uma vacina contra meningite ou uma solução salina.
Antes do arranque dos ensaios, os investigadores explicaram todas as etapas a seguir e a forma de analisar os resultados. Qualquer desvio deste protocolo pode colocar em causa os resultados.
Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a Universidade de Oxford disse que alguns dos frascos usados no teste não tinham a concentração certa de vacina, o que significa que alguns voluntários receberam meia dose.
A universidade acrescentou que discutiu o problema com os reguladores e concordou em concluir o teste.
O problema de fabrico foi corrigido, segundo o comunicado.
Para os especialistas, o número relativamente baixo de pessoas no grupo de dose reduzida torna difícil de perceber se a eficácia observada no grupo é real ou uma particularidade estatística.
Cerca de 2.741 pessoas receberam meia dose da vacina seguida de uma dose completa, revelou a AstraZeneca, sendo que um total de 8.895 pessoas receberam as duas doses completas.