01 dez, 2020 - 21:43 • Lusa
O procurador-geral dos Estados Unidos da América, William Barr, reconheceu hoje que não houve fraude em dimensão suficiente para invalidar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.
"Nesta altura, não vimos fraude a uma escala suscetível de mudar o resultado da eleição", disse o responsável pelo Departamento de Justiça em entrevista à agência de notícias norte-americana Associated Press.
O conservador Barr, apoiante indefetível do presidente cessante, Donald Trump e um dos proponentes da teoria de os votos por correspondência poderem ser manipulados por potências estrangeiras, declarou que "houve alegações de fraudes sistemáticas, segundo as quais as máquinas [de voto] teriam sido programadas para falsear os resultados das eleições".
O Departamento de Justiça e da Segurança Interna norte-americanos investigaram essas alegações e, "até agora, não encontraram nada que as sustentasse", afirmou.
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Hoje à tarde, Barr foi chamado à Casa Branca, levantando especulações por parte de vários comentadores sobre uma possível demissão.
No domingo passado, em entrevista à Fox News, Donald Trump queixou-se da atuação de Barr e das autoridades federais, afirmando que não o estavam a ajudar na contestação aos resultados e na procura de provas de fraude: "eles desapareceram", declarou o presidente cessante.
Hoje, William Barr afirmou que "há uma tendência crescente para usar o sistema judiciário como ferramenta para resolver todos os problemas".
"Quando alguém está descontente com alguma coisa, fica à espera que o procurador-geral investigue", afirmou.
No mês passado, Barr autorizou os procuradores norte-americanos a investigar "alegações substanciais" de irregularidades eleitorais, mesmo antes de os resultados serem certificados, apesar de na altura não existirem provas de fraude em larga escala.
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No memorando que emitiu, mandatou os procuradores para contornarem a política seguida habitualmente pelo Departamento de Justiça, que impedia esse tipo de investigação antes da confirmação dos resultados.
A equipa de advogados que representa o presidente cessante, liderada por Rudy Giuliani, tem alegado a existência de uma conspiração do Partido Democrata para introduzir milhões de votos ilegais no escrutínio, mas sem apresentar provas concretas.
O principal argumento que apresentaram em vários processos em tribunal nos estados cujos resultados contestam e que poderiam ser determinantes para um resultado diferente é que os observadores republicanos enviados para assistir à contagem em algumas mesas de voto não conseguiram ver claramente o processo. Daí, alegam que se devem ter verificado ilegalidades.