02 dez, 2020 - 22:11 • Cristina Nascimento
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O epidemiologista Dorry Segev acredita que, depois da Covid-19, as mortes devido à gripe sazonal podem cair para metade.
Morrem por ano cerca de 800 mil pessoas por ano, lembrou o especialista, mostrando-se otimista que, nos próximos anos, este número possa cair acentuadamente.
“Provavelmente, nunca mais será aceitável outra vez aparecer no trabalho a espirrar e a tossir sobretudo sem máscara. É provável que as mortes por gripe possam cair para metade durante muitos anos por causa dos hábitos desenvolvidos durante esta pandemia”, diz Segev.
Na intervenção feita na Web Summit, esta quarta-feira, Segev quis deixar um sinal de otimismo e destacar o que já se aprendeu nesta pandemia. A primeira coisa que destacou é precisamente o conhecimento alcançado.
“Aprendemos mais sobre este vírus em menos de um ano do que qualquer outra patologia na história humana”, disse.
Segev destacou ainda que uma das lições aprendidas é “simples medidas de saúde pública como usar máscaras e o distanciamento resultam mesmo”.
No que toca ao uso da máscara, este epidemiologista sublinhou em particular que a mais recente evidência científica demonstra que usar máscara protege os outros, mas também protege quem usa e que, mesmo nos casos em que uma pessoa acabe por ficar infetada, se tiver usado máscara, a “carga viral é mais reduzida e por isso tende a desenvolver sintomas mais ligeiros”.
O especialista diz ainda que todo o conhecimento acumulado ao longo dos últimos meses já está a ter um impacto positivo. “Os dados das vagas mais recentes apontam para uma taxa de mortalidade mais baixa do que nas primeiras vagas, o que é um bom sinal”, diz.
Sobre a imunidade, Dory Segev conclui que também há boas notícias: há evidência que uma resposta eficaz de anticorpos em muitas pessoas durante vários meses, após a infeção”, afirma.
Apesar de vários aspetos positivos, Segev terminou a exposição lembrando que o tempo ainda é de pandemia e por isso a máscara é para usar, as mãos precisam de ser desinfetadas, as bolhas têm de ser respeitadas e os abraços deixa-se para um futuro que se espera breve.