03 dez, 2020 - 17:59 • Manuela Pires
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Não são temas novos na Web Summit, as “fake news” e a desinformação, mas este ano há que juntar ainda a pandemia, e perceber como é que os jornalistas podem continuar a fazer o seu trabalho, quando hoje todos podem ser editores na internet.
Foi este o mote para a conferência na que juntou Matthew Kaminski, editor chefe da revista Politico, e a editora executiva da Atlantic, Adriene Lafrance.
A editora executiva da revista norte-americana Atlantic está muito pessimista. “O ambiente é caótico, nesta guerra o único vencedor é o caos”.
Adriene Lafrance não acredita que os jornalistas e os cidadãos estejam a ganhar, “há quem viva numa bolha e considere que aquilo que acredita é verdadeiro, mas é falso”.
A editora executiva da revista Atlantic, fundada em 1857, em Boston, nos Estados Unidos, lembra que “temos canais online em que não interessa que tipo de má informação queremos colocar lá, seja sobre vacinas ou fraude eleitoral”.
“Há uma enorme audiência que quer acreditar naquilo”, lamenta Adriene Lafrance, dando o exemplo das vacinas da Covid-19, diz ser “muito preocupante ver que as pessoas não acreditam na ciência e nas instituições”.
Matthew Kaminski, editor chefe da Politico, começa por dizer que sempre existiram as teorias da conspiração, só que agora é mais difícil porque “qualquer pessoa com a internet pode ser um editor de notícias”.
Numa palavra Matthew Kaminski diz que “o mundo está a tornar-se muito ruidoso, é uma enorme praça pública cheia de ruído e é difícil parar para ver o que os jornalistas podem fazer”.
Nestes “tempos confusos” que estamos a viver o jornalista norte-americano considera que “temos de voltar aos princípios base” do jornalismo, de reportar a verdade, sem tendências políticas ou partidárias para tornar a democracia mais saudável.