04 dez, 2020 - 18:52 • Manuela Pires
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Margrethe Vestager é uma presença garantida em todas as edições da Web Summit. A comissária europeia responsável pela Concorrência eébem conhecida de todos por ter aplicado multas milionárias às gigantes tecnológicas norte americanas como a Google ou a Amazon.
Na conferência realizada no palco central da Web Summit, este ano em versão exclusivamente online, a comissária garantiu que “a Europa falhou em disponibilizar um mercado único digital”.
Quanto à possibilidade de a Europa poder criar no futuro gigantes digitais, a comissária diz que, se isso acontecer, "os europeus têm direito a ter acesso a serviços digitais" que ajam de acordo com todas as regras e regulação.
"Não é a espezinhar outros que nos tornamos grandes", finalizou a vice-presidente da Comissão Europeia.
Antes da sessão, na conferência de imprensa realizada ao início da tarde, Margrethe Vestager explicava que, ainda este mês, vai ser apresentada a Lei dos Serviços Digitais “essencial e necessária há muito tempo”.
“A informação ilegal é um dos pontos a ter em conta na lei dos serviços digitais para obrigar as plataformas a terem um sistema que apague essas informações porque queremos que as pessoas sintam que o mundo digital e o mundo real são dois lados de mesmo mundo, porque já não faz sentido falarmos em dois mundos, é assim que vivemos”, referiu Margrethe Vestager.
A vice-presidente da Comissão Europeia revelou, ainda, que no próximo ano a comissão vai trabalhar num conjunto de ferramentas que permitam proteger os direitos humanos com “uma melhor utilização da tecnologia”.
Margrethe Vestager deu o exemplo de uma entrevista de trabalho feita à distância. “Como é que podemos garantir que não há discriminação de género ou raça”, disse a comissária europeia.
Na conferência de imprensa ao início da tarde, a comissária europeia revelou que esta semana já entrou em contacto com Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para perceber como a União Europeia pode colaborar com Washington.
Margrethe Vestager lembrou que "os Estados Unidos e a União Europeia representam um terço do PIB global", e que seria uma vantagem que os dois blocos pudessem partilhar uma visão comum em vários temas ligados ao mercado digital, nomeadamente na privacidade.
Questionada sobre as expectativas para a presidência portuguesa do Conselho, a vice-presidente da comissão diz ter “expectativas elevadas” nas matérias do digital até porque é uma das prioridades do Governo de Lisboa.