07 dez, 2020 - 13:56
O Governo dos EUA está a acelerar o ritmo das execuções de prisioneiros condenados à morte, anunciando cinco a partir de quinta-feira e até poucos dias antes da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden.
Se vierem a realizar-se estas cinco execuções terá havido 13 desde julho, quando o Governo do Presidente Donald Trump retomou a concretização das penas de morte, apesar da redução de apoio a este género de sentença dentro dos partidos Republicano e Democrata.
Numa recente entrevista, o procurador-geral William Barr defendeu o prolongamento das execuções para o período depois das eleições presidenciais de 3 de novembro, dizendo que provavelmente agendará outras antes de deixar o Departamento de Justiça.
Barr acrescentou que Joe Biden deveria manter a prática, depois de tomar posse como 46º Presidente dos Estados Unidos.
O plano quebra uma tradição de presidentes cessantes, que submetem ao seguinte inquilino da Casa Branca as decisões sobre as execuções de penas de morte pendentes.
Joe Biden já disse que se opõe à pena de morte e um seu porta-voz assegurou que o Presidente eleito trabalhará para terminar com esse género de sentenças quando estiver no cargo.
“Não consigo entender por que alguém nesta fase final da presidência se sente compelido a matar tantas pessoas, especialmente sabendo que o povo americano votou num candidato que se opõe a essa prática”, disse Robert Durham, diretor de uma agência independente para as informações sobre pena de morte.
Desde os últimos dias da presidência de Grover Cleveland, no final do século XIX, que o Governo federal não executava presidiários, durante a fase de transição de poder.
Grupos contra a pena de morte querem que Biden exerça pressão política para deter as execuções marcadas para as próximas semanas, antes da tomada de posse, embora o Presidente eleito não possa fazer muito para as impedir.
Um desses grupos, Ação Contra a Pena de Morte, sedeada no Ohio, obteve cerca de 3.000 assinaturas numa petição para pedir a Biden que fizesse “uma declaração clara e forte” exigindo o fim das execuções.
As execuções em curso, durante este ano, têm sido feitas por injeção letal, numa penitenciária no estado do Indiana, onde ocorrem todas as concretizações de pena de morte por acusações federais.