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Coronavírus

Covid-19. Médicos Sem Fronteiras pedem partilha de dados sobre a vacina

08 dez, 2020 - 00:28 • Lusa

Organização humanitária defende que deve ser aumentada a cooperação para que “tantas empresas quanto possível” possam produzir vacinas “fundamentais para salvar vidas”.

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Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) apelaram esta segunda-feira às farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna para que partilhem urgentemente com outras empresas produtoras de medicamentos a propriedade intelectual e a tecnologia necessárias à produção da vacina contra a Covid-19.

Em comunicado, a organização humanitária internacional defendeu que deve ser aumentada a cooperação para que “tantas empresas quanto possível” possam produzir vacinas “fundamentais para salvar vidas”.

No dia em que os pedidos de autorização para uso de emergência das vacinas começam a ser avaliados nos EUA, a MSF reiterou o apelo para que a Pfizer/BioNTech e a Moderna sejam “amplamente transparentes” e vendam as vacinas ao preço de custo.

A organização médica recordou que o público tem direito a conhecer em detalhe os custos da investigação e desenvolvimento destas vacinas, assim como dos ensaios clínicos e também os custos de produção, especialmente considerando que existem fundos públicos em ambas.

“Qualquer eventual aprovação da vacina não será suficiente para resolver a pandemia global, a menos que as empresas tomem medidas urgentes para aumentar a cooperação com outros produtores e vender as vacinas a preço de custo”, defenderam os Médicos Sem Fronteiras no documento.

Para o codiretor executivo da MSF, Sidney Wong, citado no comunicado, ainda não é tempo para comemorar. “Neste momento, estamos numa situação em que grande parte do número limitado de primeiras doses já foi arrebatada por um punhado de países como os EUA e o Reino Unido, bem como a UE, deixando muito pouco para outros países no curto prazo”, afirmou.

“O que realmente queremos ver é uma rápida expansão da oferta global, para que haja mais vacinas disponíveis e as doses possam ser alocadas de acordo com os critérios de saúde pública da OMS, não a capacidade de pagamento de um país”, especificou.

No mês passado, a organização pediu aos governos para apoiarem a proposta apresentada na Organização Mundial do Comércio (OMC)de levar as farmacêuticas a renunciar a patentes de medicamentos e vacinas contra a Covid-19.

A Índia e a África do Sul apresentaram junto da OMC, em outubro, uma proposta - que recebeu a concordância de cerca de 100 países – para que os governos estudem bases legais para convencer as empresas farmacêuticas a renunciar a patentes e outros direitos de propriedade intelectual relacionados com medicamentos, vacinas e meios de diagnóstico da Covid-19, até que seja alcançada a imunidade de grupo.

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