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Bolsonaro diz que pandemia está no fim quando aumentam casos no Brasil

11 dez, 2020 - 07:33 • Lusa

País somou mais 770 mortos, em 24 horas, e ultrapassa os 179 mil óbitos.

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O Presidente do Brasil disse que a pandemia de Covid-19 no país está a terminar, embora o país registe um aumento de casos e de mortes provocadas pela doença nas últimas semanas.

"Estamos vivendo o finalzinho de pandemia. O nosso Governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia", disse Jair Bolsonaro, durante um discurso em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul.

A declaração foi feita num momento em que 22 das 27 unidades da federação brasileira enfrentam uma subida nas mortes por Covid-19 e infeções provocadas pelo novo coronavírus.

O Ministério da Saúde brasileiro reportou a contabilização de 770 mil mortes nas últimas 24 horas, levando o país a totalizar 179.765 óbitos desde o início da pandemia.

De acordo com o último boletim epidemiológico, o Brasil somou ainda 53.347 novos casos de infeção nas últimas 24 horas, concentrando 6.781.799 pessoas diagnosticadas.

São Paulo, o Estado mais rico e populoso do Brasil, mantém-se como o foco da pandemia no país, concentrando 1.316.371 casos positivos, sendo seguido por Minas Gerais (453.364), Bahia (436.662) e Rio de Janeiro (381.644).

O discurso negacionista de Bolsonaro, que sempre relativizou a gravidade da pandemia, tem gerado desconforto e reações dentro e fora do país.

Na quarta-feira, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu ao Governo brasileiro que dê o exemplo à população no combate à pandemia. “Espero que as lideranças do Brasil sirvam de exemplo para o povo (...) Em qualquer país do mundo onde as lideranças negam a existência da covid-19, o efeito tem sido devastador. Isso já aconteceu em muitos países, não apenas no Brasil”, disse Bachelet.

Além disso, o Brasil, que era uma referência global em vacinação em massa graças a programas bem-sucedidos de imunização gratuita realizados pelo Sistema Único de Saúde nas últimas décadas, ainda não tem um plano de vacinação.

Sem um plano definido oficialmente, o país poderá esperar até meados de março para começar a imunização em massa da população, já que apostou a maioria das suas fichas na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, que sofreu atrasos devido a problemas nos testes.

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