11 dez, 2020 - 20:15 • Redação
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a ser acusada de conspirar com o Governo italiano para esconder um relatório sobre a forma descoordenada como o país inicialmente respondeu à pandemia de Covid-19.
O documento “Um desafio sem precedentes: a primeira reposta de Itália à Covid-19”, elaborado pelo cientista da OMS Francesco Zambon e outros colegas europeus, pretendia ser uma fonte de informação para os países que ainda não tinham sido severamente atingidos pela doença.
O relatório publicado no site da OMS, a 13 de maio, mas acabou por ser retirado no dia seguinte, noticiou em agosto o jornal “The Guardian”.
Os peritos concluíram que o plano pandémico de Itália não era atualizado desde 2006 e, por falta de preparação, a resposta inicial dos hospitais foi “caótica, improvisada e criativa”.
O documento crítico das autoridades italianas, que só mais tarde definiram linhas de orientação para a pandemia, terá sido “escondido” a pedido de Ranieri Guerra, vice-diretor para as iniciativas estratégicas da OMS que, entre 2014 e 2017, trabalhou no Ministério da Saúde de Itália.
A atualização do plano pandémico era uma das competências de Ranieri Guerra, que era o responsável pela saúde preventiva no executivo.
Itália chegou a ser o epicentro mundial da pandemia de Covid-19. Um dos eventos supertransmissor de Covid-19 foi um jogo da Liga dos Campeões, entre a Atalanta e o Valência, na cidade de Bergamo, a contar para a Liga dos Campeões.
A doença terá chegado ao país mais cedo do que se pensava. O chamado "paciente zero" foi uma criança de quatro anos, infetada a 21 de novembro de 2019, mas na altura foi confundido com sarampo, indica um estudo da Universidade de Milão, publicado quinta-feira na revista Emerging Infectious Diseasese.