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Reino Unido regista 505 mortes, Governo sob pressão para rever tolerância no Natal

15 dez, 2020 - 17:46 • Lusa

Sinais de um agravamento da situação epidémica, sobretudo no sudeste de Inglaterra e País de Gales, levaram a uma série de apelos ao Governo britânico para rever as regras definidas para o período do Natal.

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O Reino Unido registou 505 mortes, mais do dobro da véspera, e 18.450 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde britânico, que está sob pressão para rever a tolerância das restrições durante o Natal.

Na segunda-feira tinham sido notificadas 232 mortes e 20.263 novos casos, mas nos últimos dias tem sido observado um aumento de infeções e também do número de pacientes hospitalizados, 17.329, de acordo com dados de domingo.

A média diária dos últimos sete dias é de 411 mortes e 19.697 infeções, neste último caso 30% mais do que nos sete dias anteriores.

Sinais de um agravamento da situação epidémica, sobretudo no sudeste de Inglaterra e País de Gales, levaram a uma série de apelos ao Governo britânico para rever as regras definidas para o período do Natal.

Os governos autónomos da Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales negociaram no mês passado com o Executivo britânico uma “trégua” para o período de Natal em todo o Reino Unido, permitindo o ajuntamento de até três agregados familiares dentro de casa entre 23 e 27 de dezembro, independente do nível de restrições locais.

Duas das principais revistas médicas do país, o British Medical Journal e o Health Service Journal, publicaram hoje um editorial conjunto, urgindo o governo para repensar a decisão “precipitada”, a qual, segundo eles, "custará muitas vidas".

“Acreditamos que o governo está prestes a cometer outro grande erro", avisam, alertando para o risco de as reuniões familiares resultarem numa erupção de casos de contágio, agravando a pressão sobre os serviços de saúde, normalmente atarefados nesta altura por causa das doenças típicas do inverno.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, a principal força da oposição, disse que o primeiro-ministro, Boris Johnson, deveria convocar uma reunião de emergência para reavaliar a decisão, o que vai acontecer esta tarde.

“Eu percebo que as pessoas queiram passar mais tempo com as suas famílias após este ano terrível, mas a situação claramente piorou desde que a decisão sobre o Natal foi tomada”, justificou Starmer.

Qualquer flexibilização das restrições, que vão ser apertadas em Londres a partir de quarta-feira, durante o Natal contrasta com as medidas tomadas por outras nações europeias, como Alemanha e Holanda, que anunciaram mais medidas para reduzir o convívio social.

O secretário de Estado das Finanças, Stephen Barclay, disse que se trata de "encontrar o equilíbrio certo" entre tentar evitar a criminalização das pessoas e, ao mesmo tempo, lembrar a todos os riscos reais da pandemia.

"É importante que as pessoas façam o mínimo possível", disse ele à Sky News.

Quando a flexibilização do Natal foi anunciada pela primeira vez no mês passado, Johnson teve o cuidado de enfatizar que as famílias deveriam ser "extremamente cuidadosas, especialmente com parentes idosos".

No entanto, esse anúncio de flexibilização foi baseado no pressuposto de que novos casos estariam em trajetória de queda.

Desde o início da pandemia Covid-19, o Reino Unido contabilizou oficialmente 64,908 mortes de Covid-19 confirmadas, mas o balanço sobe para 76.287 quando se incluem os casos cuja certidão de óbito inclui a covid-19 como fator contributo, mesmo que a infeção não tenha confirmada por teste.

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