16 dez, 2020 - 16:57
Um tribunal francês condenou esta quarta-feira 14 jihadista a penas de prisão de entre 4 e 30 anos pelos ataques de janeiro de 2015 à redação do jornal satírico "Charlie Hebdo" e a um supermarcado judaico em Paris.
Entre os 14 condenados conta-se Hayat Boumeddiene, parceira de Amedy Coulibaly, que matou uma agente da polícia e quatro pessoas no supermercado. Coulibaly foi morto na sequência do ataque e a sua parceira foi agora condenada a 30 anos de cadeia.
Uma de três suspeitos julgadas à revelia, Boumeddiene foi declarada culpada de financiamento de organizações terroristas e pertença a uma rede criminosa terrorista.
Pouco depois dos ataques soube-se que tinha conseguido fugir do país e que se encontrava na Síria. Desde então o seu paradeiro é desconhecido. Chegou a pensar-se que tinha sido morta num ataque aéreo levado a cabo pelos americanos contra posições do Estado Islâmico, mas há indícios de que poderá, afinal, ainda estar viva.
O ataque à redação do Charlie Hebdo foi levado a cabo pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, na manhã de 7 de janeiro de 2015 e resultou na morte de 12 pessoas. Os jihadistas justificaram o ataque pelo facto de o jornal satírico ter publicado caricaturas de Maomé, cerca de uma década antes.
Na mesma altura Coulibaly matou uma polícia e quatro refens num ataque a um supermercado judaico num subúrbio de Paris.
Os três diretamente envolvidos acabaram todos por ser mortos pelas autoridades, mas várias pessoas foram entretanto julgadas por participação indireta nos atos de terrorismo.
Em declarações feitas depois da leitura das sentenças, o advogado do Charlie Hebdo disse que as condenações passam uma mensagem importante à sociedade, mostrando que não pode haver terrorismo sem cúmplices e sem redes de apoio e que a participação nessas redes será severamente punida.
[em atualização]