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Brexit. Sem "alterações substanciais" da UE, Reino Unido vai optar por não-acordo

19 dez, 2020 - 21:49 • Reuters

É o que garante fonte do Governo britânico este sábado, a duas semanas de terminar o prazo para definir as futuras relações comerciais entre europeus e britânicos.

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O Reino Unido vai completar a saída da União Europeia (UE) no final deste ano sem qualquer acordo de comércio com o bloco, a menos que o executivo comunitário altere a sua posição "substancialmente", disse fonte do Governo britânico este sábado, numa altura em que a janela temporal para concluir o turbulento processo do Brexit está a apertar.

Com menos de duas semanas antes para se completar a retirada do Reino Unido da UE, Londres e Bruxelas estão empenhadas em concluir um acordo de trocas que não preveja tarifas ou quotas, depois de nove meses de negociações.

Desde a saída do Reino Unido em janeiro, as conversações têm enfrentado dois grandes obstáculos -- a questão dos direitos de pesca em águas britânicas e regras de concorrência equilibradas e justas para os dois lados.

Qualquer acordo que venha a ser alcançado precisa de ser aprovado pelos Parlamentos britânico e europeu, e com as negociações na reta final espera-se algum tipo de desfecho antes do Natal.

A mesma fonte do Governo britânico citada pela Reuters diz que o objetivo é "alcançar um acordo com base em termos que respeitem aquilo que o povo britânico escolheu nas urnas" mas adianta que, "infelizmente, a UE continua a debater-se para encontrar flexibilidade dos Estados-membros e continua a fazer exigências que são incompatíveis com a nossa independência".

"Não podemos aceitar um acordo que nos retire controlo sobre as nossas leis ou águas territoriais. Vamos continuar a tentar encontrar um caminho para um acordo, mas sem alterações substanciais da parte da Comissão teremos de abandonar e passar a estar abrangido pelos termos da OMC [Organização Mundial do Comércio] a partir de 31 de dezembro."

Bruxelas está empenhada em proteger o seu lucrativo mercado comum e não quer que Londres consiga obter o melhor de dois mundos neste ponto -- acesso preferencial ao mercado com a vantagem de definir as regras.

Muitas empresas temem que um não-acordo de comércio envie ondas de choque para os mercados financeiros, com impacto nas economias europeias, nas fronteiras e nas cadeias de abastecimento.

Apesar de relativos progressos recentes nas negociações, o lado britânico é o que mantém uma visão mais pessimista, tendo repetido várias vezes nos últimos tempos que o resultado mais provável é um não-acordo.

Diplomatas europeus minimizam a retórica como "teatro" e tática de negociação, repetindo a posição oficial da Comissão de Ursula Von Der Leyen -- a de que, ainda que estreito, há caminho para fechar um acordo com o Reino Unido em tempo útil.

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