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República Centro-Africana. ONU pede fim das hostilidades a “todos os atores”

19 dez, 2020 - 09:30 • Lusa

O país é palco de uma guerra civil desde 2013 que já provoucou milhares de mortos.

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O secretário-geral da ONU pediu o fim das hostilidades na República Centro-Africana (RCA), onde capacetes azuis foram destacados para impedir os grupos armados de perturbarem as eleições presidenciais e legislativas.

António Guterres "condenou a escalada da violência e a apelou a todos os atores para cessarem todas as hostilidades urgentemente, e a trabalharem em conjunto para garantir condições favoráveis à realização de eleições credíveis, inclusivas e pacíficas em 27 de dezembro", indicou o porta-voz Stéphane Dujarric, em comunicado.

Pelo menos três dos mais importantes grupos armados que ocupam dois terços da RCA ameaçaram atacar o Governo do Presidente Faustin Archange Touadéra se este recorrer à fraude eleitoral, de que o acusam, para garantir um segundo mandato.

De acordo com fontes humanitárias e da ONU, os grupos armados tomaram várias localidades situadas em eixos de acesso à capital Bangui, já ameaçada por um bloqueio à distância.

O secretário-geral da ONU pediu às partes para que resolvam "qualquer diferendo de forma pacífica", no interesse do povo centro-africano que, acrescentou, "sofre há muito tempo devido ao conflito e instabilidade"

As tensões continuam muito acesas na RCA, onde o Governo acusou na quarta-feira o antigo Presidente François Bozizé, excluído do escrutínio pelo Tribunal Constitucional, de preparar "um plano de desestabilização do país", enquanto a oposição receia fraudes maciças nas eleições.

A RCA é palco de uma guerra civil, depois de uma coligação de grupos armados predominantemente muçulmana, a Séléka, ter derrubado o regime do general François Bozizé em 2013.

Os confrontos entre a Séléka e milícias de dominante cristã e animistas, designadas “antibalaka” provocaram então milhares de mortos.

Desde 2018, a guerra evoluiu para um conflito de baixa intensidade, onde os grupos armados disputam o controlo dos recursos do país, particularmente gado e minerais, enquanto abusam com regularidade das populações civis.

Integrada na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), Portugal tem neste país a 7.ª força nacional destacada, constituída por 180 militares.

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