22 dez, 2020 - 16:18 • Lusa
Grupos terroristas internacionais aproveitaram a pandemia de Covid-19 para aumentarem a sua influência, de acordo com um relatório da Interpol divulgado esta terça-feira, que analisa tendências e riscos potenciais emergentes.
No início da pandemia, alguns grupos terroristas e outras organizações não estatais usaram a sua influência na população para reforçar o seu poder ou influência e até para obter recursos financeiros externos, revela o relatório da organização policial internacional.
O documento explica que esses grupos se adaptaram à evolução da pandemia, pelo que será necessário analisar diferentes territórios e a resposta a dar às novas evoluções de estratégias criminais, destacando que o impacto da crise sanitária na economia global pode afetar o financiamento das organizações terroristas.
“Terroristas, tal como outros criminosos, tentaram tirar proveito da pandemia de Covid-19, ganhar dinheiro, fortalecer as suas bases e provocar divisões”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, acrescentando que, com este relatório, a sua organização procura “ajudar a aplicação da lei e identificar e combater as ameaças em mudança”.
A Interpol também alerta para a disseminação de teorias da conspiração e refere as ameaças decorrentes de estratégias de movimentos políticos de extrema-direita que radicalizam a população.
Stock diz que a Interpol procura “antecipar as ameaças derivadas do impacto direto e indireto da pandemia” e explica que as restrições impostas pelos governos de vários países para conter a propagação do novo coronavírus podem causar distúrbios civis que potencialmente servem os interesses de grupos criminosos.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.703.500 mortos resultantes de mais de 77,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 6.254 pessoas dos 378.656 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.