25 dez, 2020 - 09:55 • Redação, com agências
O Reino Unido vai abandonar o programa Erasmus de intercâmbio de estudantes, que fica de fora do acordo alcançado na véspera de Natal com a União Europeia que estabelece os termos da nova relação entre os dois blocos na sequência do Brexit.
O primeiro-ministro britânico admite que foi “uma decisão difícil”. Boris Johnson alega que o programa Erasmus era “extremamente dispendioso” para o Reino Unido.
Os alunos britânicos deixam de poder aceder ao Erasmus, mas o governo de Londres pretende criar o seu próprio programa de intercâmbio que prevê acordos com universidades em várias partes do mundo.
Turing é o nome do novo programa britânico, em homenagem a Alan Turing, genial matemático e cientista de computação.
Desde 1987, cerca de 200 mil alunos britânicos tiveram oportunidade de aprender noutros países da União Europeia ao abrigo do programa Erasmus, ao ritmo de cerca de 15 mil por ano.
“Deixar o Erasmus é uma verdadeira tristeza. Ao longo dos anos o programa Erasmus transformou a vida de milhares de jovens”, afirma o vice-reitor da Universidade de Sussex, Adam Tickell, citado pelo jornal “The Guardian”.
Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia reúnem-se, esta sexta-feira, para começar a analisar o acordo comercial pós-‘Brexit’ anunciado na quinta-feira pela presidente da Comissão Europeia e pelo primeiro-ministro britânico.
Logo após o anúncio de Ursula von der Leyen e Boris Johnson, a presidência rotativa alemã do Conselho da UE fez saber que convocou uma reunião dos embaixadores dos 27 para o dia de Natal (10:30 locais em Bruxelas, 09:30 de Lisboa).
Nessa reunião, o negociador-chefe do lado da UE, Michel Barnier, dará conta dos contornos do acordo aos embaixadores, que começarão então a analisar o texto de compromisso, de cerca de 2.000 páginas.
Relativamente às pescas, o dossiê mais difícil entre aqueles que arrastaram as negociações, o acordo prevê um período de transição no domínio das pescas de cinco anos e meio, durante o qual as frotas europeias mantêm acesso às águas britânicas, mas abdicam de 25% das capturas.
A uma semana do final do ano, UE e Reino Unido fecharam um acordo comercial que previne um ‘divórcio’ desordenado, que implicaria por exemplo que as relações entre as duas partes passassem a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), com a imposição de taxas aduaneiras e quotas de importação.
Apesar de já não ser viável tecnicamente a ratificação do acordo de ambos os lados, o mesmo entrará em vigor de forma provisória em 01 de janeiro de 2021. O compromisso será agora apresentado ao Conselho (os 27 Estados-membros) e ao Parlamento Europeu, do lado europeu, devendo também ser aprovado pela Câmara dos Comuns, em Londres.
A Comissão Europeia propõe assim que o acordo de parceria agora acordado com o Reino Unido seja aplicado de forma provisória até 28 de fevereiro próximo, o que o Conselho deve validar antes de 01 de janeiro.