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Ativista dos direitos das mulheres condenada a seis anos de prisão na Arábia Saudita

28 dez, 2020 - 21:50 • Lusa

Família de Loujain al-Hathloul denuncia condenação com base em lei antiterrorismo "vaga e ampla". Entre as acusações que levaram à sua condenação conta-se usar a internet para prejudicar a ordem pública.

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Uma das principais ativistas dos direitos das mulheres na Arábia Saudita foi condenada esta segunda-feira a seis anos de prisão, ao abrigo de uma lei antiterrorismo "vaga e ampla", anunciou a sua família em comunicado.

A sentença aplicada a Loujain al-Hathloul deixa perto do fim um processo que levantou críticas internacionais e ameaçava ser um ponto de confronto no relacionamento entre o reino saudita e a futura administração norte-americana de Joe Biden, que toma posse em janeiro, cerca de dois meses antes da data agora prevista para a libertação de al-Hathloul.

A ativista, que se encontrava já em prisão preventiva e passou vários períodos de confinamento em solitária, deverá ser libertada em março de 2021, tendo em conta o tempo que já cumpriu, de acordo com o grupo de defesa dos direitos humanos "Prisoners of Conscience" (Prisioneiros de Consciência).

Loujain al-Hathloul foi detida em maio de 2018 e 34 meses da sua pena serão suspensos.

Segundo o comunicado da família de al-Hathloul, a ativista ficará impedida de deixar a Arábia Saudita durante cinco anos e terá de cumprir três anos de liberdade condicional após ser libertada.

Loujain al-Hathloul foi considerada culpada e condenada a cinco anos e oito meses pelo tribunal antiterrorismo da Arábia Saudita sob as acusações de incitação a mudanças, seguir uma agenda estrangeira, usar a internet para prejudicar a ordem pública e cooperar com indivíduos e entidades que cometeram crimes à luz das leis antiterroristas, segundo o site estatal de notícias Sabq.

Uma outra ativista dos direitos das mulheres, Maya`a al-Zahrani, obteve a mesma sentença por um conjunto de acusações semelhantes do Tribunal Criminal Especializado, que julga os casos de terrorismo no país.

Ambas as mulheres têm 30 dias para recorrer das sentenças aplicadas.

Várias outras ativistas dos direitos das mulheres continuam presas ou enfrentam julgamentos por acusações relacionadas com o seu ativismo, como a defesa do direito de conduzir automóveis, antes de esta proibição ser suspensa em 2018.

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