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Iémen

Explosões no aeroporto de Aden fazem pelo menos 16 mortos e 60 feridos

30 dez, 2020 - 14:09 • Lusa

Os rebentamentos foram sentidos quando os responsáveis do Governo do Iémen saíam do avião, mas não terão atingidos ministros. Primeiro-ministro fala em “ato terrorista cobarde”.

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Pelo menos 16 mortos e 60 feridos resultaram das explosões registadas nesta quarta-feira no aeroporto de Aden, quando um avião que transportava o novo Governo de unidade chegou à capital, avançou o secretário de Estado da Saúde.

Pelo menos duas explosões foram sentidas no aeroporto quando o avião pousou na pista e os responsáveis do novo Governo começaram a sair, segundo relatou a agência francesa de notícias AFP, que tinha um correspondente no local.

Uma fonte da segurança do aeroporto já havia informado à AFP que havia vários feridos, mas nenhum entre os ministros presentes.

Imagens divulgadas pela estação de televisão saudita Al-Hadath mostram uma espessa nuvem de fumo negro a sair de um edifício do aeroporto e destroços a voarem depois de se ouvirem sons de explosões e tiros que causaram pânico entre os presentes.

Estamos bem”, escreveu o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmed ben Mubarak, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

A origem da explosão é ainda desconhecida, mas funcionários do aeroporto disseram à agência Associated Press que viram corpos caídos na pista e em outros lugares do aeroporto.

O ministro da Informação, Muammar al-Iryani, também publicou uma mensagem no Twitter, na qual acusou os rebeldes Huthis do “ataque terrorista”.

O primeiro-ministro, Maeen Abdulmalik Saeed, também se referiu ao acontecimento como um “ato terrorista cobarde”, mas não acusou os Huthis diretamente.

“Isto só vai aumentar a nossa determinação em cumprir o nosso dever”, escreveu.

Os Huthis, mas também os grupos ‘jihadistas’ Al-Qaeda e Estado Islâmico, realizaram, no passado, ataques contra o Governo do Iémen e seus apoiantes.

Remodelação num país marcado pela guerra

Os ministros estavam a regressar a Aden depois de terem tomado posse, na semana passada, como parte de uma remodelação após um acordo com os separatistas rivais do sul.

O Governo internacionalmente reconhecido do Iémen exerceu, durante anos de guerra civil no país, num exílio autoimposto na capital saudita.

O Presidente do Iémen, Abed Rabbo Mansour Hadi, também exilado na Arábia Saudita, anunciou uma remodelação do Governo no início deste mês.

O país, pobre e devastado pelos conflitos, formou novo Governo de unidade entre ministros pró-poder e separatistas em 18 de dezembro, sob a égide da Arábia Saudita.

Os dois lados, que disputavam o poder no Sul, são, no entanto, aliados contra os rebeldes Huthi, apoiados pelo Irão, que tomaram grande parte do Norte do país, incluindo a capital Sanaa.

Profundas divisões no campo anti-Huthi surgiram nos últimos anos entre apoiantes do Governo e separatistas do Sul, que os acusam de corrupção e conivência com os islâmicos.

A Arábia Saudita intermediou um acordo para partilha do poder no Sul e tem tentado, há mais de um ano, formar um novo Governo de unidade para manter a coligação unida contra os Huthis, que se têm aproximado de Marib, o último reduto do Governo do Norte.

A guerra no Iémen mergulhou o país, o mais pobre da Península Arábica, na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, com quase toda a população à beira da fome e ameaçada por epidemias.

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