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Entrevista

Croácia. "Houve uma grande resposta para ajudar as áreas afetadas pelo sismo"

31 dez, 2020 - 00:39 • Pedro Filipe Silva

Fausto Ferreira vive em Zagreb, mas está de férias numa localidade a 40 quilómetros de Petrinja, a cidade mais próxima do epicentro do sismo que, de acordo com o balanço mais recente, fez sete mortos e mais de 20 feridos.

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Fausto Ferreira é investigador de robótica, vive em Zagreb, mas está de férias numa cidade a 40 quilómetros do epicentro.

À Renascença, relata o ambiente vivido na região depois do sismo que abalou o centro do país e realça a reação da população que não poupa esforços nos trabalhos de limpeza e de reconstrução.

Nesta fase, este português a viver na Croácia diz que a prioridade é encontrar sítios para acolher os desalojados. São necessários cobertores, tendas e aquecedores e há cidades que já estão a pedir materiais de construção, para recuperar dos escombros que o tremor de terra deixou.

Qual é o ambiente que se vive na região, depois do sismo?

É um clima misto, porque, no início foi obviamente muito duro. Houve sete mortes, 22 feridos e, depois, aqui a situação do coronavírus era a pior da Europa até à semana passada, todas as pessoas internadas tiveram de ser internadas para o hospital de Zagreb.

Mas durante a tarde de ontem [terça-feira] houve uma grande resposta da população, no sentido de ajudar as áreas afetadas pelo sismo.

Isto ocorreu até ao ponto em que a polícia e a Proteção Civil pediram às pessoas para ficarem em casa e não virem até à zona do epicentro, porque já havia voluntários a mais.

Por isso, penso que a população reagiu bem. Há, ainda, a força para continuar a lutar contra as próximas réplicas que ainda estão a afetar as zonas, obviamente.

Esse é um ponto importante, ainda se sentem réplicas nestas últimas horas...

... sim, há pouco tínhamos tido 77 réplicas nas últimas 48 horas. Só algumas sentidas. Eu aqui, a 40 quilómetros, tudo o que seja acima de 4.0 sinto.

Às 06h30 da manhã [desta quarta-feira] acordei com 4.8 e essa magnitude já é algo que faz tremer bastante a casa.

O principal, de 6.3, felizmente, não estava dentro de casa. Mas quem estava na casa, disse que a casa abanou toda, que caíram coisas das prateleiras e, portanto, foi muito forte. E, mesmo o sismo de 5.2 há dias foi muito forte e também nos acordou de manhã cedo.

Falava há pouco da reação da população com vontade de ajudar. Hoje mesmo Portugal enviou ajuda para a Croácia: o quê que é mais necessário nesta altura?

A primeira coisa que é necessário são tendas, cobertores e aquecedores. Mas, sobretudo, são necessários sítios para as pessoas dormirem.

Uma das coisas que foi oferecida por outras regiões foi mesmo apartamentos e hotéis disponíveis para receber as pessoas.

Agora, os presidentes da câmara começaram a pedir materiais de construção para começar a reconstruir as casas e as ruas nas zonas afetadas, porque, em termos de comida, produtos de higiene, a Cruz Vermelha está a receber doações da população e está bastante apetrechada.

E ainda decorrem operações de resgate em algumas zonas?

Sim, os militares estão no terreno e a Proteção Civil enviou 200 pessoas para o terreno. Nesta fase o trabalho é essencialmente de limpeza, mas ainda há sempre muito que fazer até pararem as buscas e chegarem à conclusão de que não há esperança.

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