08 jan, 2021 - 09:30 • Marta Grosso
O Reino Unido autorizou a utilização de dois medicamentos para o tratamento da Covid-19. São fármacos já usados para a artrite reumatoide e que os ensaios clínicos realizados provaram que podem reduzir em 24% o risco de morte.
O anúncio foi feito na quinta-feira pelo primeiro-ministro Boris Johnson. “A investigação científica britânica contribuiu para a criação de novos tratamentos [contra a Covid-19], capazes de salvar vidas e que foram sujeitos a ensaios clínicos rigorosos”, afirmou.
“Estes fármacos capazes de salvar vidas vão ser imediatamente disponibilizados pelo serviço nacional de saúde (NHS)”, avançou.
Tocilizumab e Sarilumabe são os medicamentos em causa. O secretário da Saúde, Matt Hancock, já saudou "mais um desenvolvimento marcante" na luta contra o novo coronavírus.
As novas orientações sobre o tratamento com estes fármacos – capazes também de reduzir até 10 dias o tempo de internamento nos cuidados intensivos – chegam nesta sexta-feira às unidades de saúde.
O estudo que chegou a estes resultados abrangeu 792 voluntários de seis países e segue-se a outros que têm vindo a ser desenvolvidos com os mesmos medicamentos. Em abril do ano passado, por exemplo, o Tocilizumab mostrou eficácia na prevenção da "tempestade inflamatória" nos doentes com Covid-19 em estado grave, segundo um estudo francês.
O tratamento reduziu então significativamente a proporção de pacientes transferidos para reanimação, ou que não sobreviveram, face a um tratamento comum.
O tocilizumab (Actemra ou RoActemra), do laboratóire Roche, pertence à família dos anticorpos monoclonaux e bloqueia o recetor de uma proteína do sistema imunitário que desempenha um papel importante no processo inflamatório.
No tratamento da Covid-19, vai funcionar nos pacientes que sofrem um brusco agravamento do seu estado, devido a uma perturbação respiratória aguda – fenómeno provavelmente ligado a uma reação imunitária excessiva do organismo.
Pandemia de Covid-19
Tratamento reduziu significativamente a proporção (...)
Em novembro, o Imperial College London publicou um novo estudo, dando conta dos bons resultados na utilização destes medicamentos contra o novo coronavírus.