17 jan, 2021 - 16:06 • Lusa
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França está “reticente” quanto à criação de um passaporte comunitário de vacinação contra a Covid-19 e considera que esta questão não deve ser tratada no Conselho Europeu da próxima semana, admitiu o secretário de Estado dos Assuntos Europeus.
“Nós temos muitas reticências”, afirmou hoje Clément Beaune em declarações à radio France Info, reproduzidas pela agência de notícias francesa AFP, nas quais o governante reconheceu que “é muito prematuro” ainda “falar de um papel, um documento, que autorize a viajar na Europa”.
A mesma fonte considerou que este “é um debate que não tem razão de ser” e que “seria chocante, quando se inicia em todo o lado esta campanha de vacinação na Europa, que houvesse pessoas com mais direitos que outras”.
“Essa não é a nossa conceção da proteção e do acesso às vacinas”, justificou o governante gaulês.
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Clément Beaune reagiu assim à ideia avançada pelo primeiro-ministro da Grécia para que a União Europeia adote um certificado “estandardizado” de vacinação para dar um impulso à indústria turística, uma das atividades económicas mais afetadas pela pandemia de Covid-19.
A ideia de criação de um documento de vacinação conta com a posição favorável da Comissão Europeia, de acordo com a sua presidente, Úrsula von der Leyen, que disse tratar-se de um “imperativo médico”.
Esta visão não é partilhada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que disse ser “de momento” contra a iniciativa à escala planetária.
"Esta é uma ideia (…) sobre a qual a França considera que não se deve abrir debate agora. Quando o acesso à vacinação esteja generalizado, já será outra questão”, argumentou ainda o secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus.
Por outro lado, o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, abordou a situação dos trabalhadores fronteiriços, que quantificou em 350.000 franceses, e defendeu um “reforço no seio do espaço europeu das medidas de controlo”, mas sem haver um encerramento das fronteiras no espaço Schengen.
“Vamos verificar também o tipo de testes que podem ser exigidos”, acrescentou, avançando a possibilidade de criar “uma lista de testes de antígenos que sejam reconhecidos em toda a Europa”, uma situação que “ainda não acontece”.