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NATO pede aos Estados Unidos e à UE que cooperem face à ascensão da China

18 jan, 2021 - 17:42 • Lusa

“Nem os Estados Unidos nem a Europa podem enfrentar sozinhos estes desafios”, realçou, indicando em relação à China que, em breve, será a maior economia mundial.

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu esta segunda-feira aos Estados Unidos e à Europa que se unam para combater os desafios apresentados pela emergência da China na segurança global, realçando, porém, que não vê Pequim como “adversário”

Numa intervenção num colóquio integrado no encontro “Youth Leaders 2021”, organizado pela Universidade parisiense Sciences Po, Stoltenberg indicou que os desafios globais passam pelo combate ao terrorismo, proliferação nuclear, pandemias, campanhas de desinformação, proteção de infraestruturas e ascensão da China.

“Nem os Estados Unidos nem a Europa podem enfrentar sozinhos estes desafios”, realçou, indicando em relação à China que, em breve, será a maior economia mundial, não a isentando, todavia, de críticas.

“Não partilha os nossos valores, não respeita os direitos humanos, acossa outros países e tem tentado debilitar uma ordem internacional baseada em regras”, defendeu.

O responsável da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) recordou a situação em Hong Kong e a repressão dos Uigures na região autónoma de Xinjiang, “o brutal controlo social” da população com métodos tecnológicos “que nunca se viram antes”.

Stoltenberg salientou que a China tem, nos últimos meses, estado a acossar países como a Austrália, Canadá bem como a Noruega, quando o Nobel da Paz de 2010 foi outorgado ao dissidente chinês Liu Xiaobo.

“[Pequim] bloqueou o diálogo político e o comércio” com o país escandinavo, acrescentou.

O responsável da Aliança Atlântica destacou também o forte impulso da China ao seu orçamento militar, mas realçou que “a China não é um adversário”, sem deixar de considerar o país como um dos “desafios globais” que a Aliança Atlântica enfrenta, tradicionalmente centrada nas ameaças à segurança contra a Europa.

O secretário-geral da NATO assinalou, contido, que a ascensão da China criou também oportunidades económicas e comerciais, permitindo a “centenas de milhões de chineses saírem” da pobreza.

“Mas devemos entender as consequências de uma mudança fundamental no equilíbrio de poder” à escala global, insistiu o antigo primeiro-ministro norueguês.

Por isso, Stoltenberg sublinhou a importância de os Estados Unidos, com o novo Presidente, Joe Biden (que será empossado quarta-feira nessas funções), e a Europa reforçarem o compromisso de cooperação no seio da NATO.

“[A Aliança Atlântica] é a única organização em que a Europa e a América do Norte se reúnem todos os dias. É uma plataforma política única”, insistiu, manifestando a sua confiança em Biden, “um firme defensor da NATO”, para ajudar a “revitalizar o vínculo entre as duas regiões.

Stoltenberg advertiu, ao mesmo tempo, que “haverá ainda desafios” por solucionar entre as duas partes para que se possa, depois, seguir em frente.

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