18 jan, 2021 - 19:58 • Redação com Reuters
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) denuncia que a distribuição desigual de vacinas contra Covid-19 coloca o mundo na iminência de uma "catástrofe moral".
Esta segunda-feira, na sessão de abertura da 148.ª reunião do Conselho Executivo da OMS, o diretor-geral, Tedros Ghebreyesus, condenou o que disse ser o claro prejuízo dos países mais pobres na distribuição de vacinas.
Ghebreyesus reconheceu que os países mais ricos já compraram mais doses de vacinas do que o número total de habitantes na Terra, enquanto os mais pobres poderão não ter acesso à vacinação contra o novo coronavírus até 2024.
E deu, mesmo, o exemplo de um país que recebeu um "número ridículo" de doses.
“Mais de 39 milhões de doses da vacina foram já administradas em 49 países desenvolvidos e apenas 25 doses foram administradas num país pobre. Não foram 25 milhões, nem 25 mil. Foram apenas 25 doses”.
Uma desigualdade que levou Tedros Ghebreyesus a considerar que “o mundo está à beira de um fracasso, de uma catástrofe moral” e que as perspetivas de distribuição equitativa correm um "sério risco".
De resto, o sucesso da iniciativa global COVAX, destinada a fazer chegar vacinas contra a Covid-19 aos países mais pobres, pode estar em causa, uma vez que 44 acordos bilaterais foram assinados no ano passado e pelo menos 12 já foram assinados este ano, “o que pode atrasar as entregas” e criar justamente o cenário contrário ao pretendido, criando “um mercado caótico, uma resposta descoordenada e uma contínua disrupção social e económica”, sublinhou o diretor-geral da OMS.
Tecem ainda críticas à demora da OMS em reunir o s(...)