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EUA

Ao tomar posse, Biden volta a pedir fim das divisões. “A América nunca falhou quando estivemos unidos”

20 jan, 2021 - 18:00 • Filipe d'Avillez

A tomada de posse de Joe Biden, o 46.º Presidente dos Estados Unidos da América, foi marcada pela recente invasão do Capitólio por apoiantes de Trump. Cerimónia foi marcada por atuações de Lady Gaga e Jennifer Lopez.

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Biden toma posse, Trump deixa Casa Branca com promessa de voltar “de alguma forma”
Biden toma posse, Trump deixa Casa Branca com promessa de voltar “de alguma forma”

Unidade. Foi este o conceito que prevaleceu no discurso feito por Joe Biden, esta quarta-feira, na cerimónia de inauguração do seu Governo, nos Estados Unidos.

Ao longo de mais de 20 minutos, o novo Presidente falou repetidamente dos desafios que vai enfrentar durante os próximos quatro anos, sublinhando a pandemia, a crise financeira, a ecologia e a injustiça racial, mas acima de tudo a desunião que se tem acentuado no país ao longo dos últimos anos.

“Temos de pôr fim a esta guerra pouco civil que opõe encarnados [republicanos] contra azuis [democratas] rurais contra urbanos, conservadores contra liberais”, afirmou a dada altura Joe Biden, concluindo que para isso basta mostrar “tolerância e humildade e a vontade de nos colocarmos no lugar do outro”.

“Sem unidade não há paz, só amargura e revolta”, disse ainda o Presidente, exortando os seus concidadãos a juntarem forças. “Temos de enfrentar este momento como Estados Unidos. Se o fizermos, não falharemos. A América nunca falhou quando agimos em conjunto!”

Clique na seta para ver a fotogaleria. Fotos: EPA
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Foto: Christian Monterrosa/EPA
Foto: Christian Monterrosa/EPA
Kamala Harris e o marido Doug Emhoff. Foto: Jonathan Ernst/EPA
Kamala Harris e o marido Doug Emhoff. Foto: Jonathan Ernst/EPA
Poetisa Amanda Gorman na tomada de posse de Joe Biden. Foto: Patrick Semansky/EPA
Poetisa Amanda Gorman na tomada de posse de Joe Biden. Foto: Patrick Semansky/EPA
Joe Biden e a primeira dama Jill. Foto: Caroline Brehman/EPA
Joe Biden e a primeira dama Jill. Foto: Caroline Brehman/EPA
Foto: Caroline Brehman/EPA
Foto: Caroline Brehman/EPA
Barack Obama foi um dos três ex-presidentes presentes. Foto: Patrick Semansky/EPA
Barack Obama foi um dos três ex-presidentes presentes. Foto: Patrick Semansky/EPA
Lady Gaga cantou o hino dos EUA. Foto: Patrick Semansky/EPA
Lady Gaga cantou o hino dos EUA. Foto: Patrick Semansky/EPA

“Vamos começar de novo, vamos começar a escutar-nos novamente, a olhar uns para os outros, a ouvir-nos. A política não tem de ser um fogo que destrói tudo à sua frente. Cada discordância não tem de ser uma guerra total. Temos de rejeitar a cultura em que os factos são manipulados e rejeitados”, disse ainda Biden.

O novo Presidente estendeu diretamente a mão aos seus opositores republicanos, pedindo que o acolham com boa-vontade e se, mesmo assim, continuarem a discordar dele “pois isso é democracia, isso é a América”, e disse que nunca deixará de lutar pelos seus interesses, mas que será o Presidente de todos, sem exceção.

Biden agradeceu também a presença na sua tomada de posse de vários dos seus antecessores, de ambos os partidos e não referiu a ausência de Donald Trump, que optou por quebrar mais de 150 anos de tradição e não compareceu na cerimónia, tendo abandonado Washington esta quarta-feira de manhã.

Ataque ao Capitólio sempre presente

O recente ataque ao Capitólio, levado a cabo no dia 6 de janeiro por apoiantes de Donald Trump que queriam impedir a certificação dos votos do colégio eleitoral que deram a vitória a Biden, marcou todos os discursos feitos nesta inauguração, desde as palavras proferidas pelos senadores Amy Klobuchar e Roy Blunt, respetivamente do Partido Democrata e do Partido Republicano até ao próprio discurso de Biden.

“Neste terreno sagrado, onde há dias a violência abalou as fundações do Capitólio, juntamo-nos como uma nação, debaixo de Deus, indivisível, para assistir à transferência pacífica de poder”, disse. “Aprendemos novamente que a democracia é preciosa e frágil, mas hoje a democracia venceu”.

Caos, violência e mortes. A invasão ao Capitólio em cinco minutos
Caos, violência e mortes. A invasão ao Capitólio em cinco minutos

“Este é o dia da América. É o dia da democracia. Um dia de história e esperança, renovação e decisão. A América foi experimentada no cadinho, foi testada de novo e mostrou-se à altura do desafio”, afirmou Joe Biden, sublinhando que se tratou do triunfo “não de um candidato, mas de uma causa, a causa da democracia”.

Num discurso repleto de referências ao passado e de linguagem religiosa, Biden estendeu ainda as mãos às minorias do país, insistindo que está na altura de reafirmar o compromisso dos Estados Unidos para com a justiça para todos.

Biden tomou a palavra pouco depois de ter prestado o seu juramento ao presidente do Supremo Tribunal, isto depois de Kamala Harris ter feito o mesmo.

A cerimónia da inauguração de Joe Biden, que este ano decorreu de forma mais limitada devido à pandemia, foi marcada ainda por vários momentos musicais, destacando-se a prestação de Lady Gaga, que cantou o hino, e de Jennifer Lopez, que cantou a música patriótica “This Land is My Land”.

Houve ainda dois momentos de oração, uma liderada pelo padre jesuíta Leo Donovan e outro pelo pastor evangélico Silvester Beaman.

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