19 jan, 2021 - 22:23 • Redação com Reuters
O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, sobreviveu esta terça-feira ao voto de confiança no Senado da Câmara Alta, o que lhe permite permanecer no cargo depois do partido ‘Itália Viva’, do antigo primeiro-ministro Matteo Renzi, ter abandonado a coligação de Governo por discordar da forma como o Governo lidou com a crise sanitária e com a recessão económica.
Conte alcançou uma maioria simples, o que significa que vai liderar um governo minoritário com um parlamento dividido, que pode criar obstáculos ao programa de políticas do Executivo italiano em tempo de pandemia da Covid-19.
No Senado com 321 cadeiras, o voto de confiança a Conte foi aprovado com 156 votos a favor, 140 contra e 16 abstenções, evitando assim o recrudescimento da turbulência política que, no cenário limite, empurraria o país para eleições antecipadas, dois anos antes do final da legislatura.
Uma das abstenções foi, justamente, a de Matteo Renzi que, dessa forma, deixa a porta aberta para um possível regresso à coligação de Governo, caso veja atendidas as suas exigências políticas.
No entanto, o Movimento 5 Estrelas, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e o próprio Giuseppe Conte parecem pouco recetivos a uma reconciliação com Renzi.
Dirigindo-se esta terça-feira à bancada de senadores do ‘Itália Viva’, o primeiro-ministro italiano alegou que o seu antecessor “escolheu a via da agressão e dos ataques através da comunicação social… não é a escolha mais indicada para os interesses do país", disse Conte, que prometeu uma renovação da agenda política e uma remodelação do Governo para implementar um plano de recuperação económica.
Nos últimos tempos, a Itália teve vários governos minoritários, mas a história mostra que são extremamente vulneráveis a possíveis emboscadas parlamentares, podendo colapsar diante das profundas divisões existentes.
Vários analistas políticos italianos sugerem que os deputados quererão evitar eleições antecipadas, por recearem uma não reeleição.
Nesse sentido, alguns desses parlamentares optaram por jogar pelo seguro, ajudando Giuseppe Conte a permanecer no cargo.