26 jan, 2021 - 11:41 • Maria João Costa
Este é um momento de “agir” em defesa de uma imprensa livre e democrática. Quem o afirma é a Ministra da Cultura que tutela a comunicação social. Esta terça-feira, no âmbito da apresentação das prioridades da Presidência Portuguesa do Conselho da Europa, Graça Fonseca confirmou que Portugal vai organizar uma conferência sobre o futuro do jornalismo e o impacto da inteligência artificial no combate à desinformação.
Em resposta aos eurodeputados, Graça Fonseca disse que “é decisivo que a Europa coloque como prioridade a existência de um jornalismo e imprensa livre e democrática, é fundamental para as nossas democracias". "Este é um momento de agir, e agir com a consciência de que tudo teremos de fazer nas áreas da cultura, média e audiovisual para que a democracia europeia seja cada vez mais resiliente nas nossas sociedades”, sublinhou.
Depois da polémica que gerou em Portugal a noticia de que dois jornalistas estavam alegadamente a ser vigiados pelo Ministério Público, a ministra da Cultura sublinhou assim, a importância da liberdade de imprensa que considerou decisiva para o futuro da democracia europeia.
As consequências económicas e sociais da pandemia nos média, os desafios da robotização da produção de notícias serão temas que a Presidência portuguesa irá abordar numa conferência que terá lugar no segundo trimestre de 2021.
Também nesta apresentação a Bruxelas, falaram os ministros da Educação e o da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Por seu lado, Manuel Heitor que tutela o Ensino Superior apontou como um dos eixos de ação para a Presidência Portuguesa a diminuição das desigualdades no acesso ao programa Erasmos.
“Queremos triplicar, na próxima década a penetração do programa Erasmos”, sublinhou o governante aos Eurodeputados a quem destacou a necessidade de uma maior mobilidade dos alunos a nível europeu.
Nesta manhã de trabalho em que os ministros portugueses participaram de forma remota na conferência, Manuel Heitor falou ainda da necessidade de “desenvolvimento de competências para a empregabilidade”, uma questão que em tempo de crise pandémica apresenta novos desafios.
Por seu lado, Tiago Brandão Rodrigues apontou como prioridades na área da Educação a “equidade e inclusão, a educação e formação”. O titular da pasta referiu que o “direito a uma educação deve ser respeitado e promovido em todas as fases da vida”, destacando o papel da educação contra a exclusão social.
A “aprendizagem de adultos” é outro dos pontos da agenda da educação para os próximos meses da Presidência Portuguesa. “Estamos convictos de que a educação e formação desempenham um papel crucial na construção de uma Europa mais forte, mais coesa e mais social, baseada no conhecimento que crie prosperidade económica, que proporciona um sentimento de bem-estar aos nossos cidadãos e forneça uma rede de segurança contra a exclusão social”, afirmou o governante.
A Bruxelas, Tiago Brandão Rodrigues anunciou a conferência que irá ter lugar à distância, dadas as circunstâncias pandémicas, a 19 de fevereiro como um momento para debater o “estabelecimento do espaço de educação europeia até 2025”, numa altura em que já se trabalho no chamado “corpo europeu de solidariedade”
O ministro português falou ainda da “educação digital”. Segundo Tiago Brandão Rodrigues, “a pandemia tem colocado uma pressão muito grande nas questões das alterações drásticas de ensino”, referiu o ministro que falou em “desafios para os sistemas de educação e formação”.
Para abordar os nossos desafios do ensino à distância e digital, a Presidência Portuguesa vai organizar um seminário “dedicado a uma nova escola e novos professores da era digital” e também “uma conferência de alto nível sobre educação digital”, explicou Tiago Brandão Rodrigues.