26 jan, 2021 - 11:01 • Miguel Coelho
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Há várias boas notícias sobre a vacina contra a Covid-19 que surgiram nos últimos dias. Chegam de várias partes do mundo e vêm reforçar a esperança de conseguirmos pôr fim a esta pandemia.
Comecemos pelo país conhecido como "o rato de laboratório do mundo"
É Israel, o país do mundo com a taxa de vacinação mais avançada. Apostou tudo numa vacinação ultrarrápida e já deu pelo menos uma dose da vacina da Pfizer a mais de um terço da população.
Por isso, está a ser seguido com muita atenção pelos especialistas de todo o mundo, para perceber até que ponto a vacina é eficaz. E a boa notícia é que os primeiros dados, embora ainda preliminares, mostram que o número de casos de Covid-19 já caiu de forma significativa com apenas uma dose – uma queda de cerca de 60%.
Entre as pessoas que já receberam duas doses, apenas 0,01% contraíram o vírus, o que parece comprovar que a vacina é realmente eficaz e até mais do que mostravam os ensaios clínicos.
Eficácia contra novas variantes
Outra boa notícia foi divulgada na segunda-feira pela Moderna, que fabrica outra das vacinas que já estão a ser administradas também em Portugal. Os estudos mostram que a vacina protege também contra as variantes britânica e sul-africana do novo coronavírus – são estirpes mais contagiosas e potencialmente mais perigosas, mas os testes feitos pela Moderna provaram que a vacina funciona também para essas variantes.
Ainda assim, para que não restem dúvidas, a empresa anunciou que já está a desenvolver uma versão reforçada da vacina.
Mas como resolver a escassez de vacinas?
É um problema que se vai resolver à medida que o tempo for passando e à medida que novas vacinas sejam aprovadas.
Até à próxima sexta-feira, a União Europeia deve autorizar a distribuição da vacina da farmacêutica AstraZeneca (apesar da polémica atual, com Bruxelas a acusar a empresa de querer desviar vacinas para o Reino Unido).
Aguardam-se também, antes do fim deste mês, as conclusões da última fase dos ensaios clínicos da vacina da Janssen, que pertence à multinacional Johnson & Johnson. Os resultados iniciais foram muito bons e promete ser uma vacina que será necessário administrar uma única dose. E não precisa de frigoríficos especiais.
EUA anunciam vacina da Janssen para breve
Os Estados Unidos já disseram que tencionam aprovar esta vacina, o mais tardar, dentro de duas semanas. De tal modo que o novo Presidente, Joe Biden, anunciou nas últimas horas o aumento de 100 para 150 milhões de norte-americanos a vacinar nos primeiros 100 dias de mandato – ou seja, nos próximos três meses, pouco mais.
Biden já fala até na possibilidade de os Estados Unidos atingirem a chamada imunidade de grupo até ao Verão.
E Portugal?
Parece que já passou muito tempo, mas só nesta terça-feira faz precisamente um mês desde que as primeiras vacinas chegaram. Era desejável que tudo andasse mais depressa, mas é de prever que comece a acelerar com o passar das semanas e a chegada de novas vacinas.
Até agora, vieram para Portugal pouco mais de 400 mil doses e foram vacinadas cerca de 250 mil pessoas – nomeadamente, profissionais de saúde e utentes e funcionários de lares.
Mas a ministra da Saúde anunciou, na segunda-feira, que já na próxima semana vai começar a vacinação de pessoas com mais de 50 anos que tenham patologias graves, como insuficiência cardíaca ou renal, doenças coronárias e respiratórias.
E os idosos com mais de 80 anos também vão ser incluídos no grupo de prioritários, devendo ser vacinados até final de março.
Como vai ser feita a marcação da vacina?
As pessoas que estejam registadas num centro de saúde vão ser contactadas através de SMS ou por outros meios (telefone ou carta) e ser-lhes-á perguntado se querem ser vacinadas.
Caso a resposta seja afirmativa, será marcado dia, hora e local para a vacinação. A Renascença já fez um explicador sobre isso, que pode recordar aqui.
Uma pessoa que leve a vacina tem de continuar a usar máscara?
Sim, por várias razões: primeiro, porque demora várias semanas até as pessoas ficarem imunizadas; em segundo, mesmo que levem a vacina, há a possibilidade de contraírem o vírus. Se estiverem imunizadas, não ficam doentes – ou, pelo menos, não adoecem com gravidade – mas podem contagiar outras pessoas que não estejam ainda vacinadas.
Assim, há que primeiro vacinar toda a gente, contribuir para que a situação melhore e depois, sim, talvez possamos deixar as máscaras.