28 jan, 2021 - 16:37 • Sandra Afonso
A economia dos EUA registou no ano passado a maior queda desde 1946.
Segundo os dados conhecidos esta quinta-feira, a maior economia do mundo recuou 3,5% em 2020, uma estimativa preliminar do Departamento do Comércio, em comparação com o desempenho do PIB norte-americano com 2019.
A pandemia pôs fim ao maior ciclo de crescimento no país, que em 2019 tinha registado um aumento do PIB de 2,2%. Esta é a primeira queda anual desde a recessão de 2007 a 2009.
Apesar do tombo, no último trimestre de 2020 já foram visíveis alguns sinais de recuperação -- entre outubro e dezembro, a economia dos EUA cresceu 1%. O relatório alerta, no entanto, para o potencial impacto do novo agravamento do número de infeções por Covid-19 no país e do desgaste das medidas de estímulo.
Sob pressão do Congresso, a administração de Donald Trump, que abandonou a Casa Branca este mês, disponibilizou três biliões de dólares para responder à pandemia. O novo Presidente, Joe Biden, tem preparado um plano adicional orçado em 1,9 biliões de dólares, que está ainda em negociação.
Já era esperada pelo mercado esta queda da economia norte-americana. Talvez por isso Wall Street ignorou o anúncio de que os EUA terão registado a maior recessão desde a II Guerra Mundial, com a bolsa a abrir esta tarde em alta.
A própria Reserva Federal, o banco central dos EUA, já tinha antecipado que os números de 2020 seriam negros. A atividade económica e o emprego estão a recuperar de forma mais lenta do que o esperado, sobretudo nas áreas mais afetadas pela pandemia, por isso vão manter-se os estímulos.
Segundo Jerome Powell, presidente da Reserva, é ainda demasiado cedo para ponderar retirar os estímulos monetários, incluindo o programa de compra de ativos.