01 fev, 2021 - 09:43 • Marta Grosso , João Cunha
Foi detetada uma nova variante do novo coronavírus, desta vez no México. A descoberta da mutação E484K foi feita por cientistas da Universidade de Guadalajara na semana passada, mas só agora foi divulgada.
Os investigadores ainda estão a tentar saber se é uma variante mais contagiosa e mortal do que as variantes brasileira, britânica e sul-africana e mostram-se preocupados sobre os efeitos que a nova variante poderá ter na neutralização da resposta imunológica em pessoas já vacinadas contra o Sars-Cov-2.
“O que podemos confirmar é que detetámos a variante E484K e esta é uma descoberta importante, pois não havia sido relatada no México”, afirmou a chefe do Laboratório de Diagnóstico de Doenças Emergentes e Reemergentes (LaDEER), Nataly Vega Magaña, no Centro Universitário de Ciências da Saúde (CUCS) da Universidade de Guadalajara.
“No entanto, são necessários estudos mais aprofundados, como o sequenciamento da nova estirpe e a análise de amostras mais positivas, para determinar a prevalência desta mutação em Jalisco”, adiantou.
A nova variante foi detetada em quatro pacientes de Jalisco (um estado mexicano que tem Guadalajara como capital) e tem algumas características próprias, diferentes das variantes identificadas no Brasil e na África do Sul, segundo a Universidade de Guadalajara.
De acordo com Nataly Vega Magaña, um dos pacientes teve contato com um estrangeiro em Puerto Vallarta, onde se considera que a infeção começou, mas outros dois não tiveram contacto com pessoas de fora do país.
Destes doentes, dois têm 30 anos e um mais de 60. Sobre o quarto não existem dados.
A especialista considera que a nova variante do vírus é uma das mais relevantes, uma vez que existe uma alteração que pode afetar sua ligação com os anticorpos neutralizantes gerados pelo corpo humano, como parte da resposta imune criada com a infeção ou ao receber a vacina.