06 fev, 2021 - 16:00 • Lusa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltou a rejeitar as críticas à estratégia de vacinação na União Europeia, em textos de opinião publicados em todos os Estados-membros ao longo do fim de semana.
Os atrasos nas entregas de vacinas na Europa devem-se "a problemas no processo de fabrico ou escassez de ingredientes importantes" na "fase de arranque" do fabrico, sustenta a chefe do executivo europeu num texto publicado no jornal Público e coassinado pela comissária portuguesa, Elisa Ferreira.
Evocando as críticas sobre uma "falta de rapidez na tomada de decisões", Von der Leyen afirma que "honestamente" discorda de que "teria sido possível ser muito mais rápido", de que "um Estado-membro sozinho teria feito melhor" ou de que "um contrato celebrado mais cedo seria garantia de uma entrega mais célere e em quantidades adequadas".
"Convém não esquecer que a vacinação implica injetar uma substância ativa biológica numa pessoa saudável. Não são decisões que possam ser tomadas de forma ligeira. A segurança e a eficácia foram sempre primordiais", frisa, apontando que isso explica nomeadamente "o atraso em relação ao Reino Unido no arranque do processo de vacinação e a atual diferença no número de pessoas vacinadas".
Von der Leyen aponta que, desde o início da vacinação na União Europeia, a 27 de dezembro, as farmacêuticas "entregaram 20 milhões de doses", que "em fevereiro os países da UE receberão mais cerca de 33 milhões de doses e em março 55 milhões".
"Ainda não é suficiente, mas também não é insignificante", afirma, assegurando que a Comissão acompanhará o processo "de muito perto" e ressalvando que "uma produção desta magnitude nunca tinha acontecido".
Num outro texto, para a edição de domingo do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung hoje divulgado, a presidente da Comissão reconhece que os atrasos nas entregas são um problema "penoso" face às grandes expectativas dos europeus.