12 fev, 2021 - 07:43 • Lusa
Os protestos contra o golpe de Estado continuam nas ruas de Myanmar (antiga Birmânia), quando milhares de presos foram libertados pela Junta Militar, que prossegue, contudo, com a detenção de opositores.
Cerca de 250 pessoas estão agora detidas desde o golpe de 1 de fevereiro, que depôs o Governo de Aung San Suu Kyi, de acordo com uma organização não-governamental que ajuda presos políticos, entre os quais funcionários locais, membros do parlamento, membros da comissão eleitoral e ativistas.
Os manifestantes exigem que o poder seja devolvido ao Governo de Aung San Suu Kyi, a libertação da Prémio Nobel da Paz (1991) e de outros membros do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, detidos depois de os militares terem encerrado a primeira sessão do novo Parlamento em 01 de fevereiro.
A ONU, a UE, os Estados Unidos, o Japão, a China, a França e o Reino Unido foram algumas das vozes internacionais que criticaram de imediato o golpe de Estado promovido pelos militares em Myanmar.
Golpe de Estado
Junta Militar birmanesa, no poder desde dia 1 de f(...)
O exército de Myanmar declarou o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, após a detenção de Aung San Suu Kyi, do Presidente do país, Win Myint, e de outros líderes governamentais.
Myanmar emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder há quase meio século.
Para justificar o golpe de Estado, imediatamente condenado pela comunidade internacional, os militares asseguraram que as eleições legislativas de novembro passado foram marcadas por “enormes irregularidades”, o que a comissão eleitoral nega.
Os militares evocaram ainda os poderes que lhes são atribuídos pela Constituição, redigida pelo Exército, permitindo-lhes assumir o controlo do país em caso de emergência nacional.
O partido de Aung San Suu Kyi, que está no poder desde as eleições de 2015, venceu por larga maioria as eleições de novembro.
A vitória eleitoral de Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz 1991, demonstrou a sua grande popularidade em Myanmar, apesar da má reputação internacional pelas políticas contra a minoria rohingya, a quem é negada a cidadania e o voto, entre outros direitos.