13 fev, 2021 - 14:10 • José Carlos Silva
Um grupo de quatro ativistas dos Direitos Humanos tiveram apenas esta sexta-feira à tarde ordem das autoridades angolanas para abandonarem a residência paroquial do Cafunfo na zona leste de Angola.
Os elementos ligados à Mosaiko, uma organização católica dos missionários dominicanos e à rede de defensores dos Direitos Humanos, foram desde terça-feira impedidos de investigar os incidentes de dia 30 no Cafunfo, entre policia e civis, onde houve registo inclusivamente de mortes.
O Padre Júlio Candeeiro, diretor da Mosaiko, contactado pela Renascença, considera que os ativistas foram colocados sob prisão domiciliária sobre pretextos falsos.
"Na noite em que chegaram apareceram dois polícias. No dia seguinte, regressaram à casa e mantiveram-na cercada até hoje [sexta]", descreve, adiantando que nenhuma justificação concreta foi apresentada.
"Diziam que tinham orientação superior para não deixar entrar ou sair ninguém. À vice governadora provincial para o setor social foi dada a informação de que era por questões de saúde, por causa da covid... Que não queriam que eles tivessem contacto com as pessoas porque estavam a vir de Luanda, epicentro da doença", acrescenta. "Foi tudo falso. Foi tudo mentira", remata.
Os ativistas foram libertados esta tarde, e estão a caminho de Luanda, porque está a expirar o visto Covid que lhes permitiu viajar para o Cafunfo. E no essencial, não conseguiram fazer a investigação que pretendiam.