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​Facebook bloqueia partilha de notícias na Austrália. “Não nos intimidamos”, diz Camberra

18 fev, 2021 - 15:53 • Cristina Nascimento com Lusa

Em causa está a decisão do governo australiano que passou a exigir às gigantes tecnológicas o pagamento aos media australianos pelos conteúdos que usa na sua plataforma.

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O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, garante não se sentir intimidado pelas represálias impostas pelo Facebook no país.

Desde esta quinta-feira, a rede social bloqueou o acesso de utilizadores australianos a notícias na sua plataforma, impedindo-os de ver ou partilhar artigos da comunicação social australiana ou de outros países.

O Facebook bloqueou também ao público o acesso a informações críticas sobre serviços de emergência e saúde, uma vez que as páginas do Facebook do Instituto de Meteorologia da Austrália, do Departamento de Saúde de Queensland e do abrigo de mulheres de Hobarte estão entre as que foram banidas.

Numa publicação no Facebook, Scott Morrison considera “arrogante” que o Facebook tenha “desamigado a Austrália”.

Em causa está a decisão do governo australiano que passou a exigir às gigantes tecnológicas o pagamento aos media australianos pelos conteúdos que usa na sua plataforma.

Segundo a imprensa internacional, a iniciativa australiana está a ser acompanhada de perto em todo o mundo, numa altura em que as receitas publicitárias estão a ser cada vez mais capturadas pelo Facebook, Google e outras grandes plataformas digitais.

Em janeiro, a Google chegou a acordo com os grupos de media franceses para pagar direitos de autor pelos seus artigos, sendo o valor definido em função do número de publicações e tráfego dos sites.

Garantir a sustentabilidade do jornalismo

A News Corp., que detém títulos como o Wall Street Journal (EUA), Sky News e The Times (Reino Unido) anunciou hoje que vai receber "pagamentos significativos" da Google, ao abrigo de um acordo de três anos para uso de conteúdos escritos, áudio e vídeo, que contempla também entrega de receitas publicitárias.

Numa declaração, o presidente da News Corp., Robert Thomson elogiou o Governo australiano, que "apoiou firmemente o país e o jornalismo" ao propor uma lei para partilha com a comunicação social de receitas das plataformas da internet.

Outras empresas de comunicação social também já chegaram a acordo com a Google, caso da Seven West Media, e decorrem negociações com a Nine Entertainment e a estatal Australian Broadcasting Corp. (ABC).

Estimativas do banco de investimento JPMorgan, com base num recente acordo da Google em França, indicam que Seven West Media poderá receber entre 39,5 milhões e 69,2 milhões de dólares australianos (25,4 milhões a 44,5 milhões de euros) por ano.

O acordo da Nine com a Google contempla um pagamento de mais de 30 milhões de dólares australianos (19 milhões de euros) por ano, durante cinco anos, de acordo com o jornal "The Sydney Morning Herald", detido pelo mesmo grupo de comunicação social.

A Google chegou já a acordo com 450 publicações em todo o mundo para integrar conteúdo jornalístico no novo modelo News Showcase, lançado em outubro do ano passado.

O ministro das finanças australiano, Josh Frydenberg, afirmou que "estão em curso negociações com todos os atores" na comunicação social, grandes e pequenos.

"Isto vai ajudar a sustentar o jornalismo de interesse público neste país por muitos anos", afirmou.

Comentários
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  • Anónimo
    18 fev, 2021 Lisboa 17:46
    Facebook = escumalha

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