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Baguete a património imaterial? Objetivo é proteger o pão em França

21 fev, 2021 - 10:40 • Lusa

Na corrida à nomeação francesa estão também os telhados de zinco de Paris, um dossiê preparado desde 2014, e o festival das vindimas de Arbois. A decisão cabe agora ao Ministério da Cultura.

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França vai decidir até março se apresenta a baguete como candidata nacional a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, uma escolha que para o padeiro lusodescendente Anthony Teixeira pode ser positiva para garantir a confeção tradicional deste pão.

"Pode ser algo positivo para a imagem da baguete, mas com ou sem essa designação, a baguete já é a baguete. Temos de a proteger e talvez através dessa nomeação, nós, os padeiros, sejamos mais protegidos também contra as grandes superfícies que estragam o método de bem produzir a baguete", disse Anthony Teixeira.

Para o padeiro de origem portuguesa, a baguete é uma paixão de família. Começou por aprender a fazer este tipo tradicional de pão como o seu pai, António Teixeira, também padeiro e que ganhou o prémio de melhor baguete da capital francesa em 1998. A seguir, Anthony trabalhou em várias padarias até ele próprio conquistar o título de melhor baguete em 2014.

A concorrência desleal entre uma baguete "caseira" feita nas padarias tradicionais da capital francesa e o pão vendido nas grandes cadeias de supermercados é o que mais prejudica, segundo o lusodescendente, a imagem do pão francês. "Há tantos pontos diferentes entre uma baguete industrial e a nossa. A nossa tem fabrico próprio, sem congelar qualquer produto e temos de respeitar várias normas. Os supermercados não têm de respeitar quaisquer regras. É um pão que vem congelado e cheio de aditivos e conservantes", declarou.

Com esta possível promoção a Património Imaterial da Humanidade, Anthony Teixeira espera que a qualidade da baguete aumente também nas grandes superfícies.

Na corrida à nomeação francesa para a inscrição na lista do Património Imaterial da UNESCO em 2022 estão também os telhados de zinco de Paris, um dossiê preparado desde 2014, e o festival das vindimas de Arbois. A decisão cabe agora ao Ministério da Cultura francês.

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