02 mar, 2021 - 14:56
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A variante inglesa do vírus SARS-CoV-2 é responsável por mais de 50% de todos os casos de covid-19 identificados em 29 países da União Europeia (UE) e do Espaço Económico Europeu (EEE).
Os dados foram apresentados esta terça-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), numa nota enviada à agência Lusa, e detalham ainda que foram identificados cerca de 10.700 casos até 22 de fevereiro.
Segundo o ECDC, a mutação é a mais presente na Europa e “está a aumentar em toda a região”. O aumento do número de casos associados a esta variante “mais transmissível”, alerta o centro, pode ter “implicações sobre a eficácia das medidas”.
"É provável que [a variante inglesa] conduza a uma maior gravidade da doença e, portanto, as taxas de internamento podem aumentar", acrescenta.
A mutação do coronavírus identificada no Reino Unido foi detetada em novembro e é uma das mutações que mais tem afetado os países europeus, além das variantes oriundas do Brasil e da África do Sul.
Quanto a essas duas últimas, o número de casos registados até 22 de fevereiro é bem mais pequeno, mas não menos preocupante. O ECDC alerta que a variante sul-africana é responsável por cerca de 650 casos em 15 países da UE e do EEE, enquanto que a variante brasileira foi detetada em cerca de 50 casos distribuídos por oito países.
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O ECDC refere que a variante sul-africana "é suscetível de ter um impacto significativo na eficácia da vacina para, pelo menos, algumas das vacinas atualmente aprovadas", o que torna a sua contenção ainda mais importante. Segundo o centro, há casos de "transmissão comunitária em alguns surtos comunicados por alguns Estados-membros".
No caso da variante do Brasil, o número de casos detetados com esta mutação tem sido mais reduzido, algo que o ECDC explica com o reduzido número de viagens vindas do país. Recorde-se que Portugal mantém suspensos os voos com origem ou destino no Brasil até dia 16 de Março, medida adotada por outros países europeus (no caso de Portugal, essa suspensão também se aplica a voos com origem ou destino no Reino Unido).
Os números de casos associados a estas variantes “ainda é um motivo de grande preocupação” para o centro europeu, apesar da redução da incidência um pouco por toda a Europa e à medida que vários países já traçaram planos para desconfinar. O ECDC admite que, apesar das conclusões e do esforço dos Estados-membros em sequenciar as novas variantes, seja "muito provável que o número de casos possíveis esteja subdetetado".