08 mar, 2021 - 22:15 • Redação com Lusa
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou à “máxima contenção” e exortou à libertação das “centenas de manifestantes barricados” em complexos de apartamentos de Rangun “em total segurança, sem violências nem detenções”.
“Numerosas destas pessoas barricadas são mulheres que pretendiam manifestar-se pacificamente para comemorar o Dia Internacional da Mulher”, precisou o porta-voz do antigo primeiro-ministro português, Stéphane Dujarric, esta segunda-feira, em declarações aos media.
“Pedimos a todos que respeitem os direitos à liberdade de reunião e expressão do povo da Birmânia, quando se manifesta pacificamente e exprime as suas esperanças e desejos pelo futuro do seu país”, aditou.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a polícia começou a desalojar os contestatários pelas 22h00 locais (15h30 em Lisboa) e a proceder a detenções. A ONU receia que as forças de segurança se desloquem de residência em residência para tentar encontrar manifestantes.
Um dos mortos foi atingido na cabeça e o outro no (...)
“#Birmânia: estamos profundamente preocupados com o destino de 200 manifestantes pacíficos – entre eles mulheres – que foram detidos pelas forças de segurança em Rangum e que correm o risco de serem presos ou mal tratados. Instamos à polícia que permita que saiam com segurança e sem retaliações”, escreveu, previamente, no Twitter, o gabinete de Michelle Bachelet.
A violenta repressão sobre os manifestantes que protestam contra o golpe de Estado na Birmânia, ocorrido a 1 de fevereiro, já causou mais de 50 mortos, todos abatidos pelas forças militares e policiais.
Myanmar regista, esta segunda-feira, mais uma jornada de protestos nas principais cidades do país.
O movimento pede também a libertação dos políticos presos e que foram eleitos nas eleições do ano passado, entre os quais a líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, deposta pelos militares.
Desde o golpe de Estado, os militares detiveram cerca de 1.800 pessoas, sendo que mais de 310 foram, entretanto, libertadas, de acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos.