13 mar, 2021 - 19:04 • Lusa
O Sri Lanka anunciou, este sábado, planos para proibir o uso de burcas e disse que iria encerrar mais de mil escolas islâmicas conhecidas como madrassas, invocando motivos de segurança nacional.
O ministro da Segurança Pública, Sarath Weerasekara, disse que assinou um documento na sexta-feira para proibir as burcas - vestimentas externas usadas por mulheres em algumas tradições islâmicas para cobrir o corpo e o rosto.
"A burca tem um impacto direto na segurança nacional", disse Weerasekara, numa cerimónia num templo budista, sem dar detalhes.
“Esta vestimenta é um sinal de extremismo religioso que surgiu recentemente. Definitivamente iremos bani-lo”, acrescentou.
O uso de burcas foi temporariamente proibido em 2019, após os ataques bombistas no domingo de Páscoa contra igrejas e hotéis no Sri Lanka, que mataram mais de 260 pessoas. Dois grupos muçulmanos locais que prometeram lealdade ao grupo "jihadista" Estado Islâmico foram responsabilizados pelos ataques em seis locais - duas igrejas católicas romanas, uma igreja protestante e três hotéis importantes.
Weerasekara também disse que o Governo vai proibir mais de mil madrassas, alegando que não estão registadas junto das autoridades e não seguem a política nacional de educação.
A decisão de banir as burcas e as madrassas é a última medida que afeta a minoria muçulmana da nação insular do Oceano Índico.
Os muçulmanos representam cerca de 9% dos 22 milhões de habitantes do Sri Lanka, onde os budistas representam mais de 70% da população. Tâmiles de minorias étnicas, que são principalmente hindus, compreendem cerca de 15% da população.