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China

Pequim acorda com espessa nuvem após as maiores tempestades de areia da década

15 mar, 2021 - 11:44 • Lusa

"O fim do mundo está próximo", ironizaram vários internautas no Wechat, a rede social mais utilizada na China. Pequim enfrenta tempestades de areia regulares em março e abril devido à proximidade com o deserto de Gobi.

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Pequim acordou envolta numa espessa nuvem de poluição, que reduziu a visibilidade até 300 metros em algumas partes da capital chinesa, devido às maiores tempestades de areia dos últimos dez anos no norte do país.

Esta segunda-feira, as autoridades emitiram o alerta amarelo, o terceiro mais alto, numa escala de quatro níveis, que implica a suspensão de todas as atividades ao ar livre e o uso de máscaras de proteção respiratória.

A concentração de partículas PM2,5 - as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, ascendeu a 500 microgramas por metro cúbico, bem acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25 microgramas.

A concentração de partículas PM10 - as segundas mais finas e também suscetíveis de se infiltrarem no sistema respiratório -, chegaram a 10 mil microgramas por metro cúbico em algumas zonas da cidade. Para estas partículas, o limite de concentração recomendado pela OMS é de 50 microgramas.

"O fim do mundo está próximo", ironizaram vários internautas no Wechat, a rede social mais utilizada na China. Um meme com um cenário apocalíptico, retirado do clássico filme de ficção científica Perigo Iminente ("Blade Runner", em inglês), e a icónica torre da televisão estatal chinesa CCTV ao fundo, tornou-se também viral na Internet chinesa.

Cerca de um quinto dos voos de e para o Aeroporto Internacional de Pequim - Capital e o Aeroporto Internacional de Daxing, no sul de Pequim, foram cancelados.

Segundo o Observatório Meteorológico Central da China, trata-se da maior tempestade de areia no espaço de uma década. A tempestade é resultado dos efeitos combinados do ar frio e dos ciclones na região chinesa da Mongólia Interior e na Mongólia. A desertificação no norte e nordeste da China agravou os seus efeitos.

"A tempestade de areia de hoje deve-se sobretudo a fatores naturais, mas também mostra que o nosso ambiente ecológico ainda é muito frágil", disse Zhao Yingmin, vice-ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, citado pela imprensa estatal.

A China tem tentando reflorestar e restaurar a ecologia da região para limitar a quantidade de areia que atinge a capital. A capital chinesa plantou uma "grande muralha verde" de árvores para capturar a poeira e tentou criar corredores de ar que canalizam o vento e permitem que a areia e outros poluentes passem mais rapidamente.

As tempestades de areia devem deslocar-se para o sul em direção ao delta do rio Yangtse e desaparecer na quarta ou quinta-feira, previu o ministério do Ambiente da China.

Pequim enfrenta tempestades de areia regulares em março e abril devido à proximidade com o deserto de Gobi.

A Agência Nacional de Gestão de Emergências da Mongólia revelou que as fortes tempestades de areia no país resultaram em seis mortes e 81 pessoas desaparecidas.

As tempestades de areia afetaram um total de 12 áreas no norte e noroeste da China, incluindo a região de Xinjiang e as províncias de Shanxi, Gansu e Ningxia.

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