18 mar, 2021 - 15:43 • Redação
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A Agência Europeia do Medicamento (EMA) reiterou, esta quinta-feira, ter confiança na vacina da AstraZeneca/Oxford para a Covid-19.
"Esta é uma vacina segura e eficaz. A vacina [AstraZeneca] não está associada a um aumento de eventos tromboembólicos e coágulos sanguíneos", disse Emer Cooke, diretora executiva da EMA.
Esta semana, vários países, incluindo Portugal, suspenderam, por precaução, o uso da vacina, após “uma série de eventos de coágulos de sangue em pessoas que tinham recebido a vacina”. Na maioria estes eventos têm-se verificado em mulheres jovens.
O regulador europeu conduziu uma investigação sobre estes casos e chegou à conclusão que a vacina é segura.
Na conferência de imprensa da EMA, Sabine Straus explicou que especialistas do Comité de Análise de Riscos Farmacológicos (PRAC) analisaram cuidadosamente todos os casos suspeitos e concluíram que a esmagadora maioria das situações não estavam relacionadas com a vacinação e que, pelo contrário, há indícios de que há menos incidência de problemas vasculares entre os que receberam esta vacina e a população em geral.
Contudo, explicou Strauss, há duas situações - que no total não chegam a 25 casos individuais num universo de mais de 20 milhões de vacinados - em que não foi possível confirmar nem desmentir uma ligação à vacina. Por não ser possível desmentir uma ligação, a PRAC recomenda que todos os candidatos, bem como profissionais de saúde, sejam alertados para este possível perigo. Neste caso trata-se de coágulos simultâneos em diversos vasos sanguínios ao mesmo tempo e também de coágulos nos vasos que drenam sangue do cérebro.
Em resposta a uma jornalista, a especialista confirmou que, uma vez que a maioria dos casos se verificaram em jovens mulheres, estão a investigar a possível ligação à toma de contracetivos orais. Também está a ser analisada uma possível ligação ao tabagismo. Confirmou-se ainda que não se trata de um lote particular de vacinas que deu origem a estas suspeitas.
O facto de a incidência ser sobretudo entre mulheres novas explica ainda, segundo os especialistas da EMA, a razão pela qual o Reino Unido ter registado apenas cinco casos suspeitos, apesar de ter administrado cerca de duas vezes mais vacinas da AstraZeneca do que os países da União Europeia, uma vez que as autoridades britânicas usaram a vacina sobretudo entre pessoas mais velhas.
A EMA promete continuar a analisar a situação.
Ainda esta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que é normal surgirem efeitos adversos durante uma campanha de vacinação, mas isso não quer dizer que estejam diretamente ligados às vacinas.
Em conferência de imprensa, Hans Kluge, o director regional da OMS Europa, disse que é isso que está a acontecer com a vacina da AstraZeneca.
[Atualizado às 16h48]