28 mar, 2021 - 16:06 • Redação com Lusa
O Governo indonésio confirma que o ataque deste domingo na catedral de Makassar foi atentado suicida. A informação foi avançada pelo ministro da Segurança, que acrescentou que, pelo menos, 20 pessoas ficaram feridas.
Um dos dois bombistas suicidas que atacou a uma catedral fazia parte de um movimento radical que apoiava o autoproclamado Estado Islâmico e que foi responsável por outros ataques no passado, afirmou a polícia durante a noite de domingo.
“Ele fazia parte do JAD”, disse o comandante nacional da Polícia indonésia, Listyo Sigit Prabowo, referindo-se ao grupo Jamaah Ansharut Daulah. De acordo com o responsável, “este grupo está ligado a outro com operações em Jolo, nas Filipinas”, em 2019.
O JAD foi considerado responsável por outros ataques a igrejas na Indonésia, nomeadamente pelos atentados contra igrejas e um posto da polícia em 2018, que mataram dezenas de pessoas.
Inicialmente, foi noticiado que o ataque tinha sido levado a cabo por apenas uma pessoa, mas o ministro indonésio disse, entretanto, que no atentado estiveram envolvidos dois bombistas suicidas, as únicas vítimas mortais registadas até ao momento.
O atentado ocorreu quando estava a ser realizada uma celebração do Domingo de Ramos naquela igreja, que marca o início da Semana Santa para os católicos.
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, condenou este domingo o atentado, tendo pedido à polícia para investigar "a fundo os culpados e descobrir as redes responsáveis [pelo ataque]".
O chefe da província de Celebes Sul, Merdisyam, afirmou a uma televisão local que os feridos incluem pedestres que estavam próximos da catedral, bem como fiéis que assistiam à missa.
A Indonésia, onde 88% dos seus 260 milhões de habitantes são muçulmanos, sofreu vários atentados nas últimas décadas, entre eles o de Bali, em 2002, que causou 202 mortos.
A tradição de tolerância da Indonésia tem sido posta à prova, nos últimos anos, por um desenvolvimento de correntes islâmicas conservadoras e muitas vezes radicais, pondo em perigo a coexistência religiosa com minorias religiosas cristãs, budistas e hindus.