28 mar, 2021 - 13:45 • Redação
A Polícia de Macau impediu este domingo a realização de um manifestação contra o plano de descontos em pagamentos electrónicos, noticia a TDM em língua portuguesa.
A Praça do Tap Seac, bem no centro da cidade, esteve, esta tarde, cerca de duas horas e meia com acesso condicionado ao público. Segundo os relatos da imprensa local, dezenas de efectivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) foram mobilizados para o local para evitar a manifestação contra o plano de descontos em pagamentos electrónicos.
A TDM explica que, ontem à última hora, esta manifestação não recebeu autorização da PSP, a pretexto da pandemia de Covid 19, e da actualização para quinhentos do número de participantes.
Macau já não regista casos de Covid-19 desde abril do ano passado, há quase um ano.
Os receios em relação à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa têm-se adensado no último ano, sendo o caso da demissão de seis jornalistas na TDM, serviço português, em resultado da imposição de regras patrióticas, o último episódio deste processo.
O protesto desta tarde em Macau havia sido lançado pela Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário, dos deputados democratas Au Kam Sam e Ng Kuok Cheong.
O incumprimento destas normas resultará em despedi(...)
A rádio em língua portuguesa do território descreve que às 15h00, cerca de três dezenas de pessoas deslocaram-se ao local. Nessa altura, a PSP terá feito duas detenções e isolou o acesso àquela praça até cerca das 17h30.
A pouca distância dali, junto ao Palácio do Governo, onde os planos iniciais dos manifestantes previam entregar uma petição, no final da marcha, também não houve sinais de protestos. Era o local em que a Associação dos Direitos dos Trabalhadores da Jogo queria entregar um documento que já tinha trinta mil assinaturas.
Durante a manhã deste domingo, o deputado Au Kam Sam, organizador da manifestação, escreveu na rede social Facebook para que ninguém se deslocasse ao Tap Seac prevenindo eventuais acusações de reunião ilegal.
Em Junho do ano passado, por altura da invocação do massacre de Tiannanmen, a Polícia de Macau proibiu também a vigilía que ali decorre anulalmente. O território que foi governado por Portugal até 1999 e Hong Kong eram os únicos locais em que a evento era assinalado. Na altura também foram detidas duas jovens.
A pandemia da covid-19 foi dada como justificação pelas autoridades para banir a iniciativa. Mas nessa altura, no dia seguinte, um grupo de cerca de 40 pessoas encheu um autocarro turístico e manifestou-se em vários pontos de Macau, em apoio à lei da segurança nacional que Pequim quer impor a Hong Kong, a vizinha região administrativa especial chinesa que em 2019 foi abalada por grandes protestos pró-democracia.