29 mar, 2021 - 22:17 • Carlos Calaveiras Redação
Já está em Pemba uma equipa da embaixada portuguesa em Maputo para apoiar e referenciar os portugueses que fugiram de Palma. A garantia dada à Renascença pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Na segunda-feira chegou uma equipa do Consulado Geral português em Maputo a Pemba para fazer contactos sistemáticos com todos os portugueses que lá estejam, garantindo-lhes o apoio consular que necessitem.”
Em entrevista à RTP, Augusto Santos Silva voltou a confirmar que Portugal vai enviar militares.
Augusto Santos Silva diz que a missão já está em planeamento. “Ao abrigo da nossa cooperação técnico-militar com Moçambique está a planear-se e a preparar-se uma equipa de cerca de 60 militares portugueses que irão apoiar as Forças Armadas Moçambicanas na formação de tropas especiais”.
Também está a ser preparado um apoio a nível europeu. “Depois da missão que eu próprio liderei em janeiro a Maputo está a decorrer o processo de decisão interno na União Europeia de que eu espero que resulte uma missão de apoio à formação e também apoio do ponto de vista logístico e sanitário”.
Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado Estado Islâmico que atacou a vila na quarta-feira passada.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O movimento terrorista já reivindicou o controlo da vila de Palma.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
A guerra em Cabo Delgado começou com operações violentas e de pequena escala, no distrito de Mocímboa da Praia, e intensificou-se a partir de 2019, com a chegada de dezenas de combatentes jihadistas estrangeiros, tendo-se estendido a metade dos distritos, no Nordeste.
A organização humanitária internacional Save the Children denunciou que há crianças a serem decapitadas na província moçambicana de Cabo Delgado.
[notícia atualizada às 7h00]