Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Holanda. Parlamento reconhece “genocídio” dos chineses uigures

26 fev, 2021 - 09:50 • Lusa

Organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos alegaram que mais de um milhão de uigures estão detidos em campos de reeducação política.

A+ / A-

O Parlamento dos Países Baixos votou a favor de considerar "genocídio" a repressão e violações dos direitos humanos da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, sendo o primeiro na Europa a assumir esta posição.

A maioria dos deputados holandeses votou a favor de uma moção proposta pelo grupo progressista D66, que inclui a Esquerda Verde GroenLinks, os Social-democratas PvdA, o Partido dos Animais PvdD, além de dois partidos dos quatro que compõem a coligação que governa o país.

"Estes são abusos terríveis, cometidos contra a minoria uigur muçulmana, não devemos poupar nas palavras, devemos designá-los como genocídio", afirmou Sjoerd Sjoerdsma (D66), que promoveu a moção.

Organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos alegaram que mais de um milhão de uigures estão detidos em campos de reeducação política. Pequim negou e afirmou tratarem-se de centros de treino vocacional, destinados a distanciar os uigures do terrorismo e do separatismo.

O Parlamento Europeu condenou os abusos, mas o maior crítico de Pequim na comunidade internacional continua a ser a Turquia, um país que partilha laços históricos e culturais com os uigures.

O ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Stef Blok, do executivo cessante nos Países Baixos, preferiu não usar a palavra "genocídio" contra a China, embora tenha reconhecido a existência de violações em grande escala dos direitos humanos, como a esterilização forçada de mulheres uigures.

Blok optou por esperar a decisão da ONU ou do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a situação na província de Xinjiang (noroeste).

Na Europa, também França, Suécia ou Reino Unido estão a debater medidas semelhantes às do Parlamento holandês, embora não seja claro qual o efeito que a moção agora aprovada possa ter nas relações sino-holandesas.

O Parlamento do Canadá aprovou na segunda-feira, com a ausência do primeiro-ministro, Justin Trudeau, e de vários membros do Governo, uma moção do Partido Conservador a considerar as ações da China em Xinjiang "correspondem à definição de genocídio", estipulado na Convenção das Nações Unidas.

O termo genocídio foi usado inicialmente pela anterior administração norte-americana, incluindo pelo então secretário de Estado Mike Pompeo.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+