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Ataques em Moçambique

Cabo Delgado. Parlamento aprovou audição do ministro dos Negócios Estrangeiros

06 abr, 2021 - 20:33 • Lusa

Audição de Augusto Santos Silva foi requerida pelo CDS que assinala que “nos últimos dias a situação agravou-se de forma substancial, evoluindo para um verdadeiro clima de guerra civil”.

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O Parlamento aprovou esta terça-feira o requerimento do CDS para a realização de uma audição ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sobre a situação na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

A audição foi aprovada na comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, anunciou o grupo parlamentar do CDS na sua página na rede social Facebook.

No texto do requerimento, datado de 30 de março, o CDS assinala que “nos últimos dias a situação agravou-se de forma substancial, evoluindo para um verdadeiro clima de guerra civil”.

O texto, assinado pelo deputado Telmo Correia, defende que o “Parlamento português não se pode aliar deste grave problema humanitário” e recorda que os sucessivos ataques em Cabo Delgado já causaram “milhares de mortes e mais de 700 mil deslocados”.

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há cerca de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia, mas as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas reassumiram completamente o controlo da vila, anunciou no domingo o porta-voz do Teatro Operacional Norte, Chongo Vidigal.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

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