14 abr, 2021 - 01:22 • Lusa
O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a acompanhar "de perto" o rapto de uma portuguesa de 49 anos em Moçambique e "em contacto com as autoridades locais", garantiu na terça-feira à Lusa.
Numa nota por escrito, o Ministério dos Negócios Estrangeiros assegurou que “está a acompanhar este caso de perto e em contacto com as autoridades locais”.
E acrescentou que “já manifestou [às autoridades locais] disponibilidade para colaborar na investigação, através da Embaixada e do Consulado-Geral de Portugal em Maputo”.
“Procuramos atualmente obter todas as informações possíveis que permitam ajudar esta compatriota”, pode ler-se na nota enviada pelo Ministério liderado por Augusto Santos Silva à Lusa.
Uma mulher de 49 anos residente no norte de Moçambique e com nacionalidade portuguesa foi raptada na terça-feira em frente ao Consulado Geral de Portugal em Maputo, informou a polícia moçambicana.
O rapto ocorreu às 11h00 (10h00 em Lisboa), depois de a vítima deixar o edifício do consulado na Avenida Mao Tse Tung, disse o porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Leonel Muchina.
Quando se dirigia para o seu automóvel, a vítima "foi intercetada" por indivíduos desconhecidos numa viatura ligeira com uma arma que se suspeita que fosse uma AKM47, referiu o porta-voz, que não avançou a nacionalidade da vítima.
No entanto, outra fonte que acompanha o caso confirmou à Lusa que a vítima tem nacionalidade portuguesa e tinha ido tratar da renovação de documentos ao consulado.
A vítima, residente em Nampula, é mulher de um empresário com atividade na área da hotelaria naquela província.
Segundo as autoridades moçambicanas, o grupo de raptores terá arrastado a vítima até ao automóvel em que fugiram.
“Nós fizemos uma reconstituição deste crime", acrescentou.
Este é o segundo rapto registado em menos de 48 horas pelas autoridades na cidade de Maputo.
No domingo, um empresário foi raptado na avenida Romão Fernandes Farinha, no centro da cidade Maputo, pouco tempo depois de estacionar o seu veículo nas proximidades de casa.
Desde o início de 2020, as autoridades moçambicanas registaram mais de 10 raptos nas principais cidades do país e as vítimas são quase sempre empresários ou seus familiares.
Em outubro daquele ano, um grupo de empresários na cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, paralisou, por três dias, as suas atividades em protesto contra a onda de raptos no país.
A CTA - Confederação das Associações Económicas de Moçambique, maior agremiação patronal do país, também já exigiu por diversas ocasiões um combate severo a este tipo de crime e até o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já pediu mais medidas.