17 abr, 2021 - 08:49 • Lusa
Veja também:
Os governadores brasileiros pediram à Organização das Nações Unidas (ONU) "ajuda humanitária" para a aquisição de vacinas contra a Covid-19 e de medicamentos para a intubação de pacientes infetados.
Estes responsáveis reuniram-se virtualmente com a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohamed.
“Temos uma procura e uma preocupação nacional em relação à imunização brasileira. A situação que enfrentamos no Brasil é especialmente dramática em função não só de falta de coordenação nacional, mas também desse enfrentamento às políticas de distanciamento que nos ajudariam a reduzir a incidência do vírus, o que acabou criando essa triste situação de milhares de mortes diárias”, disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
A proximidade do inverno foi destacada na reunião como mais um motivo de preocupação em algumas regiões do país, uma vez que a queda das temperaturas faz surgir uma série de outras doenças respiratórias.
"Sabemos que a mudança do clima traz novas demandas, que farão com que mais pessoas procurem atendimento. Por isso, apelamos à ONU para que colabore no sentido de articular internacionalmente para que o Brasil possa vir a ser priorizado na entrega de vacinas, para que possamos conter o avanço do coronavírus nas diversas regiões do país”, acrescentou Leite, citado no site do executivo do Rio Grande do Sul.
Já o Governador do Piauí, Wellington Dias, alertou para a escassez de medicamentos para intubação de pacientes infetados, como sedativos.
“São 11 estados em que pacientes estão internados e faltam analgésicos, sedativos, em alguns lugares oxigénio. Ou seja, há necessidade de a ONU dar essa ajuda humanitária nessa direção”, explicou Dias.
Segundo a imprensa brasileira, citando vários profissionais de saúde, alguns pacientes intubados tiveram de ser amarrados às camas, ao acordarem e tomarem consciência, por falta de sedativos.
No final da reunião, Wellington Dias destacou à imprensa que os governadores procuraram a ajuda da ONU porque o Governo Federal, presidido por Jair Bolsonaro, não o fez.
O Brasil, que enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, totaliza 368.749 mortes e 13,8 milhões de infetados pelo novo coronavírus.
A pandemia provocou, pelo menos, 2.987.891 mortos no mundo, resultantes de mais de 139 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.