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Covid-19

EMA mantém confiança na vacina da Johnson: coágulos são raros e benefícios superam os riscos

20 abr, 2021 - 15:28 • Hélio Carvalho

Em Portugal, estão armazenadas mais de 31 mil doses da vacina. Regulador europeu diz que vacina deve vir com aviso, mas não deve parar de ser administrada.

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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou esta terça-feira que a vacina desenvolvida pela Janssen, farmacêutica detida pela Johnson & Johnson, continua a ser segura. A utilização da vacina foi suspensa nos Estados Unidos e na Europa depois de terem sido identificados casos de coágulos no sangue em pessoas vacinadas nos EUA.

Em comunicado, o comité de segurança do regulador europeu disse ter encontrado uma "ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo”.

A EMA aponta ainda que deve ser acrescentado "um aviso sobre coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas à informação sobre o produto relativo à vacina da Janssen”, mas nota que os coágulos devem ser “listados como efeitos secundários muito raros da vacina”.

A diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, remeteu a decisão de continuar a vacinar com as doses da Johnson & Johnson para as autoridades nacionais.

O anúncio foi feito antes da conferência de imprensa. Na conferência, Cooke prometeu que a agência iria realizar investigações independentes aos casos de coágulos sanguíneos depois de vacinações.

O comité de segurança da EMA conta no comunicado que considerou os oito relatórios dos Estados Unidos sobre casos de coágulos sanguíneos invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, com um dos casos a ser fatal. Todos os casos tinham mais de 60 anos, a maioria mulheres e os coágulos foram detetados dentro de três semanas da vacinação.

Até 13 de abril, foram vacinadas sete milhões de pessoas nos Estados Unidos com a vacina da Janssen.

Sabine Strauss, do comité de segurança da EMA, referiu ainda que "não foi possível identificar fatores de risco como idade e género". No comunicado, a EMA compara os casos revistos com os casos relacionados com a vacina da AstraZeneca, mas Strauss esclarece que é "muito cedo para tirar conclusões" sobre uma possível relação entre as duas vacinas.

Segundo Peter Arlett, também do comité de segurança da EMA, foram detetados mundialmente, até ao dia 4 de abril, 287 casos de coágulos sanguíneos com plaquetas sanguíneas baixas relacionados com a vacina da AstraZeneca (140 na União Europeia), 25 casos com a vacina da Pfizer e cinco casos com a vacina da Moderna.

Em Portugal, já estão armazenadas em Montemor-o-Velho e prontas a distribuir mais de 31 mil doses da vacina. Com a aprovação da EMA, as doses deverão agora ser administradas pela população.

A decisão já era expectável, já que o regulador europeu disse, aquando da suspensão da distribuição da vacina pela Janssen, que os benefícios da vacina superavam os riscos.

O uso da vacina da Johnson & Johnson pode ser um reforço crucial na corrida à imunidade de grupo. Esta vacina requer apenas uma dose para a pessoa ficar imunizada contra a covid-19 e não precisa de ser armazenada em condições de refrigeração especiais, podendo ficar meses à espera de ser usada.

[Notícia atualizada às 16h21]

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